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Bitcoin e Ethereum são uma ditadura, afirma criador de primeiro fundo de BTC da Europa

Justin Bons

Justin Bons

Justin Bons, fundador da Cyber Capital, o primeiro fundo de investimentos em Bitcoin e criptoativos da Europa, se tornou nos últimos anos um crítico do Bitcoin e do Ethereum. 

Como destaca Bons, ambas as redes abandonaram sua trajetória inicial de permitir liberdade financeira em escala global devido a mudanças técnicas sobre o futuro dos protocolos. Além disso, tanto BTC quanto ETH carecem de mecanismos de governança para coordenar o desenvolvimento e implementação de novos recursos.

“Deixei o BTC para os debates sobre tamanho de bloco, junto com muitos de meus colegas Esta fuga de cérebros fossilizou a cultura BTC Incapaz de implementar as melhores tecnologias, o BTC agora é um dinossauro em comparação com a concorrência”, afirmou no X.

Quando questionado se uma eventual mudança seria possível, Bons afirmou:

“Sim, mas não é uma questão de tecnologia e sim de governança. O BTC é efetivamente uma ditadura, controlada pelo Bitcoin Core e quem quer que os controle. É possível derrubar o status quo, mas é muito difícil; portanto, a governança do BTC é sistematicamente falha”. 

Como obter consenso?

De fato, o Bitcoin foi originalmente projetado por Satoshi Nakamoto para permitir transações em escala global, à medida que o bloco da timechain é aumentado ao longo do tempo. No entanto, a rede permanece com blocos pequenos, que permitem cerca de 100 milhões de transações por ano, ou cerca de 1 bilhão por década.

Após anos de discussão sobre como aumentar o tamanho do bloco (o que não é uma tarefa simples), o Bitcoin permaneceu estático e com o mesmo ticker (BTC) original. Enquanto isso, qualquer tentativa de mudança no tamanho do bloco foi taxada com um nome e ticker alternativos nas exchanges, graças ao Acordo de Nova York firmado em 2017.

É importante destacar que a maior parte do hashrate dos mineradores de Bitcoin (cerca de 80%) sinalizaram que aprovam o aumento do bloco em 2017 por meio do Segwit2x. No entanto, os mineradores foram efetivamente ignorados.

A narrativa que tomou conta do Bitcoin foi que os nós validadores da rede são os responsáveis por decidir o futuro do projeto. De fato, é possível optar por qual versão do Bitcoin você irá utilizar (executando ou não um nó) ou validar (executando um nó).

No entanto, é efetivamente impossível propor mudanças, melhorias ou implementações no protocolo por meio da sinalização dos nós. Isso ocorre pois é muito fácil gerar spam de nós por meio de servidores, visto que não há custo alto em executar os full nodes.

Ao contrário, o spam de hashrate é inviável e acaba por aumentar a segurança da rede, pois a atividade possui um alto custo proposital.

De fato, a governança do Bitcoin é um sério problema sem solução. Se não há forma de definir as mudanças de consenso no protocolo, a rede está fadada a seguir dois caminhos: permanecer para sempre estática ou depender de terceiros.

Soluções de escalonamento do Bitcoin, como a LN, permanecem com baixa adoção e com os problemas associados à rede principal, visto que ainda dependem das transações on-chain.

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