Charles Hoskinson, fundador da rede blockchain Cardano (ADA), fez novamente críticas ao Bitcoin e a sua comunidade de entusiastas, afirmando que a criptomoeda não deve sobreviver a longo prazo.
As críticas foram feitas em uma entrevista para o Cointelegraph:
“Eu apenas não vejo como isso sobreviverá. É uma religião, não é um ecossistema.”
As críticas de Charles foram voltadas para o fato de que o Bitcoin não melhorou de forma significativa sua infraestrutura ao longo do tempo, e que outra criptomoeda potencialmente tomará o seu lugar no futuro:
“É legal ter um ativo digital como o Bitcoin, que tem essa reputação de ouro digital, mas, no final do dia, é um token com uma política monetária deflacionaria. A qualquer momento, algum outro ouro digital pode surgir.”
“Então não, nós não precisamos do Bitcoin necessariamente. O Bitcoin vai ter que crescer e se adaptar caso queira sobreviver no longo prazo.”
O desenvolvedor comparou a situação da indústria de criptoativos com a revolução dos dispositivos móveis:
“Olhe a adoção do Android e iOS contra o Windows [em smartphones e tablets]”.
De fato, o Windows perdeu espaço significativo de mercado durante a popularização dos smartphones. De acordo com este argumento, outras tecnologias poderiam potencialmente substituir o BTC como principal criptomoeda do setor.
Por outro lado, o Bitcoin não é apenas uma tecnologia, como um sistema operacional, mas sim um protocolo nativo da internet. Os protocolos de internet costumam ser resistentes à mudanças, e ainda assim permanecem por longas décadas no mercado.
No entanto, o Bitcoin tem de fato perdido espaço de mercado em relação a todo o setor. O Índice de Dominância do Bitcoin, que mede o tamanho do BTC em relação a todo valor de mercado das criptomoedas, caiu de valores acima de 90% em meados de 2017, para menos de 40% nos anos seguintes.
Até o momento, parece não haver nenhuma criptomoeda capaz de alcançar patamares de reconhecimento, liquidez e aceitação do Bitcoin, que está se estabelecendo como uma moeda internacional e líquida, que é mantida até mesmo por governos e grandes empresas de capital aberto.