Drivechains: Proposta de Atualização do Bitcoin é motivo de debates

Com a programabilidade e escalabilidade da rede Bitcoin (BTC) ainda relativamente limitada em comparação com outras blockchains, os desenvolvedores continuam refletindo sobre maneiras de elevar os recursos do protocolo.

Uma ideia muito debatida vem do BIP 300 e BIP 301, também conhecido como “Drivechains”, uma proposta de soft fork para permitir que o Bitcoin seja escalado efetivamente através de sidechains. 

Em uma postagem de blog na segunda-feira, analistas da BitMEX exploraram os benefícios e compensações da proposta.

Proposto pelo desenvolvedor Paul Sztorc, o Drivechain é um “mecanismo de sidechain minerado aprimorado para Bitcoin”. Uma sidechain é outra blockchain que se conecta à rede principal do Bitcoin usando a mesma moeda interna, BTC, para transações e pagamentos de transação.

O primeiro componente da atualização – BIP 300 – traz para o Bitcoin o mecanismo de peg-out necessário para sidechains. Isso permitiria aos usuários mover seu BTC entre o blockchain principal e as sidechains conectadas sem exigir suporte centralizado, um problema flagrante com sidechains como Roostock e Liquid hoje.

No entanto, a BitMEX afirma que os aspectos técnicos do mecanismo peg-out são “controversos” e contêm “muitas fraquezas significativas”.

Especificamente, a proposta encarrega os mineradores de resgatar de forma responsável os peg-outs dos usuários a cada três meses. Isso dá aos mineradores o poder de roubar fundos do usuário se mais de 50% da taxa de hash da rede conspirar para isso, além de ser muito lento para os usuários.

“De certa forma, a proposta de Paul abraça a realidade de que, sob qualquer sistema conhecido de peg-out, os mineradores de Bitcoin podem censurar dados, falsificar dados ou cooperar com o administrador e roubar o Bitcoin sidechain”, escreveu a BitMEX.

Enquanto isso, o BIP301 desbloquearia “mineração mesclada às cegas” para sidechains. A mineração mesclada regular ocorre quando um minerador extrai duas ou mais blockchains ao mesmo tempo, aproveitando o mesmo algoritmo de hash para obter taxas em ambas as redes.

Embora a maioria dos mineradores execute alguma forma de mineração mesclada hoje, eles devem optar explicitamente por executar o software da sidechain. A mineração de fusão cega dispensa essa necessidade, permitindo que um terceiro execute a sidechain, receba suas taxas e, posteriormente, repasse esses fundos aos mineradores como taxas de transação.

Embora a BitMEX tenha dito que esta proposta pode introduzir complexidade ao Bitcoin, os benefícios que ela oferece podem superar essa complexidade.

“O aumento do uso de sidechains pode ser potencialmente positivo para a utilidade do Bitcoin, e a mineração mesclada às cegas pode ser uma melhoria em relação à mineração mesclada regular”, escreveram analistas.