Entenda por que os governos terão que diminuir radicalmente o seu tamanho e atribuições em um mundo onde o Bitcoin (BTC) se torna o ativo financeiro dominante.
Até o início do século passado, anteriormente à primeira guerra mundial, a maioria dos países e jurisdições viviam sobre um Padrão Ouro bem estabelecido. Na prática, as moedas nacionais funcionavam como notas promissórias que eram garantidas normalmente por reservas metálicas, como prata e ouro.
Por exemplo, até 1971, para cada 35 dólares americanos emitidos nos Estados Unidos, era necessário que houvesse 1 onça de ouro nos cofres do governo. Esse mecanismo impedia que o soberano simplesmente imprimisse mais dinheiro para se beneficiar, criando inflação no processo.
Durante a Primeira e Segunda Guerra, muitos países envolvidos no conflito abandonaram a rigidez imposta pelo padrão ouro ou prata para financiar os conflitos bélicos. Foi o caso, por exemplo, da República de Weimar, atual Alemanha, que passou por uma severa hiperinflação.
O fim do Acordo de Bretton Woods em 1971 pôs um fim formal ao Padrão Ouro, sendo o início do sistema monetário na qual vivemos hoje, o Padrão Fiduciário.
Nesse sistema, a maioria dos estados e governos podem, a qualquer momento, sem qualquer tipo de consequência ou contraparte, criar mais unidades monetárias, desvalorizando o dinheiro da sua população através do imposto inflacionário.
Através do Padrão Fiduciário, governos têm capacidade quase ilimitada de 1) emitir moeda, 2) se endividar quase que indefinidamente e 3) controlar a taxa de juros. Esse sistema permitiu que estados e governos crescessem de maneira significativa ao longo dos últimos 50 anos.
Não obstante, como governos e grandes instituições ainda mantém, controlam e monitoram o sistema de pagamentos e compensações, isso permite com que eles cobrem impostos de maneira praticamente indiscriminada, algo que deve se acentuar com o fim programado do dinheiro físico.
Padrão Bitcoin
Estamos possivelmente enxergando o início de um Padrão Bitcoin, a maior rede monetária descentralizada do mundo, que acumula hoje uma capitalização de mercado de aproximadamente US$ 1 trilhão de dólares.
Apesar de jovem, o ativo já alcançou cerca de 10% do valor total do ouro, e 5% do valor do dólar americano, a principal moeda de reserva e comércio mundial.
Conforme mais indivíduos e instituições se desfazem de moeda fiduciária, títulos de dívida governamental e outros ativos para acumular bitcoin, mais o processo de inflação do dinheiro governamental se aprofunda.
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A imposição voluntária de um Padrão Bitcoin inviabilizaria os estados nacionais na forma como conhecemos hoje, visto que seria impossível para governos 1) cobrar imposto inflacionário, 2) se endividar indefinidamente, 3) manipular o juros de maneira inconsequente.
Além disso, o Bitcoin tornará muito mais difícil o monitoramento e cobrança de impostos diretos e indiretos. O bitcoin é o ativo mais portátil e resistente à censura do mundo, e pode facilmente ser armazenado de maneira discreta e inconfiscável.
Por exemplo, governos podem facilmente congelar contas bancárias de indivíduos e instituições, algo impossível de ser feito com bitcoin sob custódia.
O cenário inevitável de um mundo vivendo sobre um Padrão Bitcoin, é a diminuição massiva das atribuições dos governos ao redor do mundo, bem como um florescimento e renascimento das economias privadas e de mercado.
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