O governo dos Estados Unidos deve pagar cerca de US$ 663 bilhões em juros sobre sua dívida somente em 2023. A dívida do governo dos EUA é uma das maiores do mundo e ultrapassou a marca de US$ 31 trilhões.
O governo dos EUA não está isolado neste cenário alarmante. A maioria dos governos contam com dívidas semelhantes, que excedem até mesmo o seu PIB anual. Japão, Grécia e Itália lideram o endividamento global em termos relativos.
Como destaca relatório recente da Fundação Peterson, o endividamento crescente do estado e o aumento recente nas taxas básicas de juros, está agravando o cenário econômico:
“O pagamento de juros do governo sobre a dívida federal, que é impulsionado principalmente pelo tamanho da dívida pública e pelas taxas de juros recentes, está projetado para totalizar US$ 663 bilhões (2,5% do PIB) em 2023, um aumento de 39% em relação aos US$ 476 bilhões bilhões registrados no ano passado.
Grande parte do crescimento nos custos de juros é impulsionado por taxas de juros mais altas, que foram aumentadas 10 vezes desde o início de 2022 pelo Federal Reserve em resposta à alta inflação”.
Provável colapso
O economista Peter Schiff, conhecido por prever a crise financeira de 2008, está alertando há alguns anos de que o governo dos Estados Unidos pode colapsar em meio a um cenário de alta inflação e dívidas.
Segundo Schiff, um aumento suficiente dos juros pode impedir que o governo dos EUA financie suas operações:
“Quando a Dívida Nacional atingir US$ 30 trilhões, se um aumento no IPC forçar as taxas de juros a subir para 10% (as taxas atingiram 20% em 1980), os juros sobre a dívida logo excederiam toda a arrecadação de impostos federais. Isso significa que um orçamento equilibrado exigiria que todos os outros gastos federais fossem eliminados!”
O valor de US$ 30 trilhões mencionado por Schiff já foi alcançado. Isso significa que um endividamento ainda maior ou um aumento no juros para conter a inflação podem colapsar as finanças do governo dos EUA.