O FBI e outras organizações do governo dos EUA e Reino Unido revelaram uma caça por dois membros do grupo de hackers russos Evil Corp, responsável por um esquema criminoso milionário envolvendo Bitcoin.
Cerca de US$ 5 milhões são oferecidos em troca de informações sobre o paradeiro do líder Maksim V. Yakubets, conhecido como “Aqua”, e Igor Turashev. Ambos estão envolvidos no desenvolvimento e disseminação dos malwares Zeus e Bugat, responsáveis pelo roubo de diversas contas bancárias, dados e criptomoedas ao redor do mundo.
Segundo as autoridades, no entanto, os acusados não se esforçam para não atraírem atenção – muito pelo contrário –, Aqua e Turashev adoram se expor nas redes sociais e costumam publicar fotos no Twiter com pilhas de dinheiro, em casamentos de luxo ou em passeios com filhotes de leão.
Rob Jones, diretor da Unidade de Crimes Cibernéticos dos EUA, descreveu o comportamento da dupla como “excêntricos e extravagantes”.
A organização de cibercriminosos teria arrecadado mais de US$ 100 milhões somente em fraudes bancárias. Contudo, estima-se que o valor é muito superior se somado aos roubos de criptomoedas ocorridos em massa entre 2013 e 2014, quando os pedidos de resgate em Bitcoin chegavam a até 1.000 BTC devido ao baixo preço do ativo na época.
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra 17 indivíduos e sete entidades e empresas acusadas de facilitarem financeiramente as ações do grupo, incluindo uma ‘rede de laranjas’ que seria usada pela Evil Corp.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, declarou que o grupo se trata de “uma das organizações cibernéticas mais prolíficas do mundo”, e alega que a operação “tem como objetivo interromper as campanhas maciças de phishing orquestradas pelo grupo”.
Segundo um relatório da empresa de cibersegurança CrowdStrike, hackers russos são notoriamente mais rápidos que invasores de outras nações, levando cerca de 18 minutos para invadir um sistema, enquanto a Coréia do Norte, que ficou em segundo lugar, leva mais de duas horas.
Mas não é só isso. Há mais um detalhe que cai como uma cereja no bolo: Aqua, que está no topo da lista de cibercriminosos mais procurados pelo FBI, está ligado aos serviços de inteligência russos, e acredita-se que o hacker tenha ajudado a coletar informações confidenciais sobre diversos alvos desde 2017.