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Indicado pelo PSL, partido de Bolsonaro, é preso por envolvimento em esquema de pirâmide

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Na última terça-feira (21), a Polícia Federal prendeu 10 pessoas que possuem ligação com a empresa InDeal, que mantinha um esquema de pirâmide financeira.

A ação ocorreu durante a Operação Egypto, e um dos presos foi um engenheiro especializado em blockchain que possui vínculo com o partido de Jair Bolsonaro, de acordo com o jornal Diário de Canoas, na última sexta-feira (24).

Paulo Fagundes é conhecido por realizar palestras sobre criptomoedas, blockchain e investimentos em muitos fóruns e universidades, além de ser CEO da empresa de consultoria Datawiz, informou o LiveCoins.

Ele foi indicado pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, para acompanhar a auditoria das urnas eletrônicas do Paraná nas últimas eleições em outubro do ano passado.

Na época, Fagundes disse à Folha que a auditoria “foi para inglês ver”, já que embora as urnas tenham se comportado de maneira correta, não foi possível o acesso ao código-fonte.

“Faltou transparência, porque eu não sei o que é gerado dentro da urna”

Paulo Fagundes à Folha

A Indeal está sendo investigada pela Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, desde o início de 2018.

As autoridades descobriram que a empresa, que prometia investimentos em criptomoedas, pode ter lesado mais de 55 mil pessoas em um esquema de pirâmide financeira.

O negócio prometia retornos de até 15% ao mês, mas aplicava a maior parte do dinheiro captado dos investidores em modelos tradicionais, como renda fixa, que geram só cerca de 1% a 2% de lucros mensais.

Na semana passada, as autoridades executaram mandados de busca e apreensão contra a empresa, e encontraram um rombo de R$ 300 milhões ao acessar os extratos das contas, informou o Portal do Bitcoin.

De acordo com um auditor fiscal da Receita Federal, o esquema pode ultrapassar R$ 1 bilhão recebido pela empresa em depósitos de investidores.

Sem a interferência da Polícia, o esquema da Indeal, que atuava como instituição financeira sem autorização do Banco Central, possivelmente teria resultado em um golpe bilionário, disseram as autoridades.

No mesmo dia em as autoridades prenderam Paulo Fagundes, outros colaboradores da Indeal foram levados sob custódia.

Eles são: Flávio Gomes de Figueiredo, responsável pelo marketing de rede da empresa, Neide Bernadete da Silva, Fernanda de Cássia Ribeiro e Karin Denise Homem, esposas de sócios da investigada.

Os outros cinco presos durante a ação da PF são sócios da empresa: Tássia Fernanda da Paz, Francisco Daniel Lima de Freitas, Ângelo Ventura da Silva, Regis Lippert Fernandes e Marcos Antônio Fagundes.

Segundo informações do Diário de Canoas, a Receita Federal está investigando 18 pessoas envolvidas com a InDeal. São 13 pessoas físicas, além dos cinco sócios da empresa.

As autoridades deram um prazo de 20 dias para que o grupo apresente toda a comprovação de suas atividades financeiras. Isso inclui extratos de conta corrente, poupança e aplicações financeiras, além de notas fiscais no caso dos sócios.

O Ministério Público Feral (MPF), vai requerer uma alienação antecipada de bens apreendidos na operação para realizar um levantamento junto à Polícia Federal (PF), para iniciar um plano de restituição às partes lesadas pela empresa, informou o Gaucha ZH.

No entanto, segundo o procurador Celso Trees, a Receita Federal não vai isentar dos impostos as vítimas que forem ressarcidas.

“O governo vai querer o tributo e, na hora da restituição, as dívidas tributárias são prioritárias.”

Celso Trees

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