O departamento norte-americano da brasileira JBA SA, a maior produtora de carne do mundo, pagou a hackers de ransomware US$ 11 milhões em bitcoin. Isso ocorre em meio a avisos em todo o mundo sobre a crescente ameaça de tais ataques e o envolvimento de criptomoedas.
A JBS USA Holdings é uma empresa de processamento de alimentos com mais de US$ 50 bilhões em vendas anuais, a organização é a maior processadora de carne bovina e suína in natura do mundo.
A filial dos EUA foi vítima de um ataque de ransomware há algumas semanas, que o FBI vinculou ao infame grupo de hackers – REvil. Como normalmente acontece durante hacks semelhantes, os invasores bloquearam informações sensíveis pertencentes à vítima que paralisaram sua produção e solicitaram o resgate a ser pago em Bitcoin.
Curiosamente, a JBS USA decidiu de fato pagar a demanda. De acordo com a cobertura do Wall Street Journal, a entidade transferiu US$ 11 milhões para os cibercriminosos em bitcoin.
Andre Nogueira, CEO da divisão dos EUA, disse que o pagamento foi feito porque a organização temia se tornar uma vítima novamente, o que prejudicaria ainda mais todos os clientes que dependem dos produtos da empresa.
“Foi muito doloroso pagar os criminosos, mas fizemos a coisa certa com nossos clientes. Não pensamos que poderíamos correr esse tipo de risco de que algo pudesse dar errado em nosso processo de recuperação. Era um seguro para proteger nossos clientes. ”
Nogueira explicou ainda que o pagamento ocorreu depois que os cibercriminosos retomaram o acesso à maioria das fábricas.
Após os hacks na Kia Motors America, Colonial Pipeline e Steamship Authority, o governo Biden decidiu agir. A vice-secretária de imprensa, Karine Jean-Pierre, delineou uma “revisão estratégica rápida” que consiste em quatro linhas de esforço e disse: “O combate ao ransomware é uma prioridade para a administração”.
Os senadores Roy Blunt e Mark Warner destacaram as medidas necessárias que o maior país do mundo em PIB nominal deve tomar para evitar tais ataques devastadores a organizações que operam dentro de suas fronteiras.
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