Segundo o economista sênior Aleksi Grym, que aconselha o Banco da Finlândia, as moedas digitais do banco central não tem porque se misturar com registros descentralizados e não oferecem aos bancos nada que eles ainda não tenham à disposição, conforme reportou o Decrypt.
Os pagamentos digitais já existem, plataformas como PayPal, AliPay, Revolut, Transferwise e M-pesa, já funcionam bem e não exigem bancos centrais. Inclusive, a China está se tornando uma sociedade sem dinheiro físico.
Para Grym, chefe do processo do Banco Central Digital no Departamento de Estabilidade Financeira e Estatística do Banco da Finlândia, a blockchain não é a resposta.
Segundo Grym, em um post no LinkedIn, uma rede blockchain seria lenta, pouco escalável e apresentaria problemas, seria complicado de governar.
“Como você tem um emissor centralizado, não faz sentido descentralizar os registros. É muito mais fácil e eficiente para um banco manter seu registro atrás de um firewall e não deixar ninguém perto dele” declarou Aleksi.
De acordo com uma pesquisa realizada com bancos centrais que representam 90% da economia mundial, divulgada pelo Banco de Compensações Internacionais, cerca de 80% dos bancos estão pesquisando sobre moedas digitais. Mas as moedas não precisam usar a tecnologia blockchain.
O cofundador da Soramitsu e o fornecedor que criou a plataforma blockchain para o CBDC do Camboja, Makato Takemiya, disse que a posição do Grym “é muito negativa em relação a blockchain”.
O sistema do Camboja não é totalmente descentralizado. Segundo Takemiya, o governo controla todos os nós, mas cada usuário possui sua própria chave pública e privada em seu dispositivo, portanto o banco central não pode roubar o dinheiro de ninguém.
O economista não acha que o Banco Central Europeu emita um CBDC tão cedo, nenhum plano avançou além da pesquisa.