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Mongólia tenta proibir mineração de Bitcoin: Entenda como isso pode afetar a indústria

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O governo da Mongólia, região localizada no interior na China, publicou uma proposta que abrange medidas regulatórias destinadas a ajudar a região a reduzir o consumo de energia, como o fechamento dos polos de mineração de Bitcoin.

Essas medidas fazem parte do compromisso da China com a “neutralidade do carbono”, no qual o país assumiu na Assembleia Geral das Nações Unidas em 2020. Nesse âmbito, a região pretende reduzir o crescimento do consumo de energia para cerca de 1,9% em 2021.

Entenda a medida

O plano da Comissão de Reforma e Desenvolvimento da Mongólia foi divulgado na semana passada e diz que todos os projetos de mineração de criptomoedas ativos na região devem ser encerrados até o final de abril de 2021. O documento tem um período de consulta pública até 3 de março.

Conhecida por sua energia barata, a Mongólia é o lar de grandes minas de carvão e historicamente tem atraído vários traders que buscam pela mineração de Bitcoin. Junto com Sichuan e Xinjiang, a região é uma das maiores da China com grandes polos de mineração de criptomoedas. Portanto, se a proposta for aprovada, o fato poderá impactar todo o setor.

De acordo com um estudo feito pelo repórter local Colin Wu, a principal tarefa para alcançar a neutralidade do carbono é reduzir o uso de energia térmica a carvão.

Isso significa que a mineração feita por energia térmica se transformará em custos crescentes. Por isso, cada vez mais pessoas mudarão seus equipamentos escolhendo as regiões de Sichuan e Yunnan para montarem sua rede, onde a energia hidrelétrica é a principal fonte de energia.

“Haverá cada vez menos energia de mineração estável na China continental ao longo do ano, e muitos grandes mineradores começaram a ir para o exterior”, escreve Wu, apontando para o Texas e o Cazaquistão como possíveis destinos para os mineradores.

China responsável por grande parte da taxa de hash

De acordo com o Índice de Consumo de Eletricidade do Bitcoin, em 2020 a China foi responsável por 65% da taxa de hash global da rede. No país, Xinjiang e Sichuan são os dois maiores locais de concentração de mineradores (35,76% e 9,66% da taxa global de hash Bitcoin, respectivamente), seguidos pela Mongólia com 8,07% do poder total de computação.

A opinião de Wu é amplamente compartilhada por Edward Evenson, diretor de desenvolvimento de negócios da Braiins, operadora da Slush Pool.

De acordo com ele, banir as atividades de mineração na Mongólia não deveria ter um impacto significativo na taxa de hash da rede, já que os traders simplesmente encontrarão novos lares para seus dispositivos – seja em outra província na China ou na América do Norte.

“Isso também significa que uma porcentagem maior de mineração na China provavelmente será feita com energias renováveis, já que os mineiros da Mongólia usam principalmente carvão. Com a estação das chuvas começando em maio, muitos se mudarão para Sichuan ”, disse Evenson.

As tentativas de restrição vem de anos

Esta não é a primeira vez que o governo da Mongólia tenta restringir as atividades de mineração de criptomoedas na região. No ano passado, o Departamento de Indústria e Tecnologia da Informação da região fez uma força tarefa para retirar até 21 empresas de mineração de Bitcoin, incluindo Bitmain.

Embora isso não tenha resultado em um êxodo massivo, com os planos de proibir as operações de mineração, o cenário geral do setor provavelmente passará por algum tipo de transformação.

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