Nayib Bukele – o presidente pró-bitcoin de El Salvador, que recebeu 53% dos votos nas eleições de 2019 – disse que também será candidato nas eleições de 2024.
“Estou anunciando ao povo salvadorenho que decidi me candidatar à Presidência da República”, anunciou Bukele em discurso no Dia da Independência ontem (15 de setembro).
Embora a lei do país proíba Bukele de participar das eleições de 2024, a Suprema Corte decidiu em 2021 que ele poderia concorrer a um segundo mandato consecutivo.
O presidente argumentou que El Salvador deveria seguir o exemplo das nações desenvolvidas onde a reeleição é permitida:
“Os países desenvolvidos têm a reeleição. E graças à nova configuração da instituição democrática de nosso país, agora El Salvador também.”
Vale a pena notar que Bukele tem grandes chances de reconquistar seu cargo, já que a maioria da população local aprova seu governo.
Uma pesquisa recente estimou que 85% dos salvadorenhos pesquisados estão satisfeitos com seu regime.
Além de travar uma guerra contra os cartéis de drogas locais e grupos criminosos, a administração de Bukele também prestou atenção especial ao bitcoin.
Em setembro passado, o país ganhou as manchetes ao se tornar o primeiro a estabelecer o bitcoin como moeda legal.
Outros empreendimentos incluem a compra de BTC em um nível macroeconômico. A criação de uma cidade dedicada ao ativo também está na agenda, enquanto no início deste ano as autoridades lançaram “La Casa Del Bitcoin” – um centro de educação que ajuda os indivíduos a aprender sobre os méritos do ativo digital.
Situação fiscal de El Salvador
Apesar das operações bem-sucedidas contra gangues criminosas e da interação com o bitcoin, o país precisa lidar com alguns problemas fiscais significativos.
Observando essas tendências e as “as posições de liquidez fiscal e externa apertadas e o acesso ao mercado extremamente restrito em meio às altas necessidades de financiamento fiscal”, a Fitch Ratings rebaixou a Taxa de Inadimplência do país para “CC”.
A agência de classificação de crédito lembrou ainda que o governo de El Salvador divulgou recentemente uma recompra voluntária em dinheiro de US$ 360 milhões para seus títulos externos de 2023 e 2025 abaixo do par, “o que provavelmente enfraquecerá ainda mais sua já tensa posição de liquidez”.
Posteriormente, a Fitch Ratings apontou que as necessidades financeiras do país de setembro de 2022 a janeiro de 2023 equivalem a US$ 3,7 bilhões (US$ 1 bilhão em déficit fiscal, US$ 1,2 bilhão em amortizações, incluindo o pagamento de US$ 800 milhões em Eurobonds e US$ 1,5 bilhão em dívida de curto prazo).
Os desembolsos multilaterais esperados não foram rápidos o suficiente para materializar as restrições de liquidez do acumulado do ano.
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