Crise na Uniswap expõe disputa de poder. Em uma ação que gerou nova controvérsia na plataforma DeFi, um proeminente delegado abandonou a DAO com raiva. O delegado de criptomoedas da Uniswap, conhecido como Pepo, saiu criticando a Fundação Uniswap por uma farsa de tomada de poder.
Pepo, que controlava 455 mil UNI e estava entre os 20 delegados mais votados, não se conteve.
Delegado denuncia falhas na Fundação Uniswap
Em uma publicação no X, ele acusou abertamente a Fundação de marginalizar as vozes da DAO, ignorar as críticas dos delegados e se isolar de um engajamento significativo com o feedback.
“O comportamento da Fundação parece ter priorizado o isolamento em detrimento da colaboração. Dessa forma, ao fazê-lo, pode ter prejudicado ativamente a Uniswap”, escreveu Pepo.
Sua saída não é apenas simbólica. Representa um sinal vermelho disparado sobre o protocolo de US$ 4 bilhões. Levantando, assim, sérias dúvidas sobre a descentralização da Uniswap.
No centro da tempestade está a doação de US$ 165 milhões do tesouro aprovada pela DAO em março. Dinheiro que a Fundação agora está usando com uma autonomia questionada pelos críticos.
Fundação tenta esconder a crise debaixo do tapete
Tecnicamente operando como uma organização sem fins lucrativos, a Fundação Uniswap foi criada para servir à DAO. No entanto, alguns agora argumentam que ela está se tornando seu próprio centro de poder.
Além disso, a Fundação está de forma irresponsável e discretamente alinhada à Uniswap Labs, entidade com fins lucrativos que deu origem ao protocolo. Caracterizando, assim, um amplo conflito de interesses.
Devin Walsh, Diretor Executivo da Fundação, deu o habitual discurso de relações públicas: “A participação dos delegados é essencial… levamos o feedback deles a sério.”
Mas, nos bastidores, a história é diferente.
Múltiplas fontes afirmam que decisões importantes estão sendo discutidas em particular, em canais secretos. Discutidas entre grandes detentores de carteiras muito antes de chegarem aos olhos dos fóruns da comunidade.
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Alguns delegados chamam isso de “teatro DAO”, onde as votações são realizadas após as decisões reais já terem sido feitas, como se fossem fantoches.
Esta não é a primeira vez que a descentralização na Uniswap é questionada. Em outubro, Billy Gao, do Stanford Blockchain Club, criticou duramente a Uniswap Labs por lançar sua própria blockchain sem a participação da DAO. Chamando-a de uma clara falha de governança.
Mesmo a formação de um novo “Grupo de Feedback da Fundação” em 1º de maio não aliviou as tensões. Os delegados dizem que é tarde demais.
“É uma perda para qualquer DAO quando um delegado sente que a única maneira de causar impacto é renunciando”, disse PaperImperium, da GFX Labs.
Enquanto os detentores de tokens UNI se perguntam quem realmente está no comando, uma coisa é clara: a descentralização na Uniswap ainda é um trabalho em andamento. Portanto, se não for uma ilusão da marca, as coisas devem mudar rapidamente.