Em relatório oficial, o Banco do Japão (BoJ) anunciou que vai iniciar os testes de um projeto piloto da versão digital da moeda iene, que será emitida pelo banco central — uma CBDC.
O objetivo, segundo o relatório intitulado “Obstáculos Técnicos para a CBDC”, é verificar, de uma perspectiva técnica, a viabilidade da emissão de uma CBDC, como são chamadas as moedas digitais apoiadas pelo governo.
De acordo com o BoJ, será iniciada uma Prova de Conceito (PoC) para testar o decreto digital em um ambiente controlado antes de decidir se deve ou não prosseguir.
A entidade também afirmou que pretende trabalhar em conjunto com os bancos centrais de outras economias líderes, muitos dos quais também estão pilotando seus próprios CBDCs.
No documento, o BoJ considera o acesso universal e resiliência como dois grandes obstáculos técnicos.
No primeiro caso, o desafio é fornecer acessibilidade a todos, incluindo os cidadãos sem smartphone.
“É importante desenvolver a CBDC para estar disponível para uma variedade de usuários”, argumentou o banco no relatório.
Quanto ao obstáculo “resiliência”, o Banco do Japão estava se referindo à disponibilidade offline quando a energia elétrica está inativa, ressaltando a importância da acessibilidade em qualquer tipo de ambiente, mesmo em situações de emergência, como um terremoto.
Uso da blockchain
O Banco do Japão considera o uso da tecnologia blockchain para a CBDC, e aborda as características de redes centralizadas e descentralizadas.
O banco ressaltou que “tanto os tipos centralizados quanto os descentralizados têm prós e contras”, argumentando que:
“[…] No caso de transações massivas para casos de uso de varejo em países avançados, é melhor adotar o tipo centralizado”, disse, embora esse modelo possa cair repentinamente se houver um único ponto de falha.
Por outro lado, “no caso em que a quantidade de transações é limitada, a resiliência e as possibilidades futuras são priorizadas e há espaço para considerar o tipo descentralizado”, afirmou o BoJ, considerando que nesse modelo é necessário mais tempo para realizar transações, pois as redes blockchain exigem consenso entre vários validadores.