BiT Global vs. Coinbase: o futuro do WBTC está em jogo

Um juiz federal rejeitou o pedido da BiT Global por uma ordem de restrição temporária, alegando que a empresa com sede em Hong Kong não conseguiu provar qualquer dano imediato ou irreparável decorrente do plano da Coinbase de remover o Wrapped Bitcoin (WBTC) de sua plataforma. Assim, a decisão permite que a Coinbase siga adiante com a remoção programada do WBTC.

“Não tenho nenhuma evidência sua sobre o que está por vir”, disse a juíza distrital dos EUA, Araceli Martínez-Olguín, durante a audiência. Dirigindo-se à equipe jurídica da BiT Global, ela acrescentou: “Não vou impedir a Coinbase de remover o WBTC.

Processo da BiT Global contra a Coinbase

A BiT Global entrou com uma ação na semana passada, acusando a Coinbase de práticas desleais. A empresa alegou que a decisão da exchange de remover o WBTC, enquanto promovia seu próprio produto de Bitcoin tokenizado, o cbBTC, conferia à Coinbase uma vantagem injusta. A BiT Global, que administra as reservas de WBTC em conjunto com a BitGo, buscava que o tribunal impedisse a Coinbase de remover o ativo de US$ 14 bilhões de sua exchange.

A Coinbase, em sua defesa, citou preocupações com possíveis riscos associados à gestão do WBTC. A exchange afirmou que o ativo poderia estar sob influência de Justin Sun, cofundador da blockchain Tron, o que ela considerava um “risco inaceitável”.

Sun, que nega as acusações, atualmente enfrenta alegações de fraude e manipulação de mercado em um processo movido pela SEC no ano passado. Ele criticou o cbBTC da Coinbase, chamando-o de “Bitcoin de banco central” e descrevendo seu lançamento como um “dia sombrio para o BTC”.

Robert Liu, membro do conselho da BiT Global, confirmou em entrevistas que Sun atua como conselheiro e apoiador financeiro da empresa. Segundo Liu, Sun também desempenha um papel importante na estrutura de custódia do WBTC.

Tribunal cético em relação às alegações de dano irreparável

Durante a audiência, a juíza Martínez-Olguín questionou se uma possível perda de lucros poderia ser qualificada como dano irreparável, como a BiT Global havia alegado. Cyclone Covey, sócio da Kneupper & Covey que representa a BiT Global, argumentou que o mercado já havia reagido aos planos de remoção da Coinbase, apontando para uma queda de 5% no fornecimento de WBTC após o anúncio.

Por enquanto, a Coinbase está autorizada a prosseguir com sua decisão, enquanto a BiT Global avalia seus próximos passos na batalha legal.