O Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil que prometeu remodelar o sistema financeiro tradicional, parece ter perdido o ritmo acelerado do início. Enquanto o projeto enfrenta desafios em seus testes, os bancos brasileiros redirecionam seus orçamentos para a inteligência artificial (IA). Atualmente, o Drex enfrenta desafios relacionados à privacidade, programabilidade e descentralização.
Uma pesquisa recente da Febraban, realizada pela Deloitte, revela que os bancos estão deixando o Drex em “marcha lenta” para investir pesado em IA. Além de outras tecnologias que dialogam mais diretamente com as necessidades atuais dos clientes.
Drex enfrenta desafios técnicos
Os desafios técnicos e regulatórios do Drex levaram o Banco Central a revisar as expectativas de lançamento e remodelar a fase de testes. Atualmente, na fase 2, as transações ainda não começaram, diminuindo o ímpeto que marcou a fase inicial do projeto.
Assim, diante desse cenário, os bancos brasileiros não esperam. Eles remodelam seus orçamentos e direcionam recursos para setores de inovação considerados mais urgentes.
A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025 mostra que os bancos estimam aumentar significativamente seus investimentos em Inteligência Artificial, Analytics e Big Data (61%), e na migração para a nuvem (Cloud) (59%). A integração dessas tecnologias às estratégias dos bancos promete trazer ganhos de eficiência, impulsionar a inovação contínua e melhorar a experiência dos clientes.
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Os bancos apontam a redução de custos e o ganho de eficiência operacional como os principais benefícios da adoção da IA. A tecnologia também se destaca no reforço à segurança de dados e no apoio à análise de dados para prever tendências e comportamentos.
Além disso, a IA generativa (GenAI), em particular, já está sendo incorporada nas operações de mais de oito em cada dez bancos, reportando ganhos mensuráveis na eficiência dos processos. A pesquisa também revela que os bancos planejam aumentar investimentos em projetos regulatórios já consolidados, como o Pix (48%) e o Open Finance (65%).
Rodrigo Mulinari, diretor da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária, destaca a importância desses investimentos contínuos dos bancos brasileiros em tecnologia como impulsionadores da inovação no país.
Ele enfatiza que esses aportes são fundamentais para modernizar a infraestrutura das instituições, fortalecer a segurança cibernética e aumentar a eficiência operacional. Permitindo, assim, que os bancos ofereçam serviços cada vez mais assertivos aos seus clientes.
Enquanto o Drex aguarda seu momento de decolar, a inteligência artificial se consolida como a grande prioridade dos bancos brasileiros na corrida pela inovação.