Seus dados valem dinheiro? Governo brasileiro anuncia projeto inovador de monetização

Em uma iniciativa que coloca o Brasil na vanguarda da economia digital, o Governo brasileiro acaba de anunciar um projeto piloto ambicioso. A inovação permite que cidadãos sejam compensados financeiramente pelo uso de seus dados pessoais.

A Dataprev, empresa estatal de tecnologia, em parceria com a startup norte-americana DrumWave, desenvolveu essa proposta inovadora de monetização de dados.

Governo brasileiro anuncia projeto de monetização de dados pessoais

O projeto reforça o protagonismo global do Brasil na economia digital, segundo a especialista em proteção de dados Brittany Kaiser. Ela afirmou que o Brasil será o primeiro país a lançar nacionalmente um projeto piloto de titularidade de dados. Dessa forma, um passo significativo no reconhecimento do valor dos dados pessoais.

Kaiser, que ganhou fama ao denunciar as práticas antiéticas da Cambridge Analytica, participou do anúncio do projeto no Web Summit Rio. Ela participou ao lado de Rodrigo Assumpção, presidente da Dataprev, e de Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central.

Portanto, o projeto piloto permitirá que aposentados e pensionistas do INSS e de programas de assistência social do Governo federal sejam recompensados pelo compartilhamento de dados com empresas privadas.

Na fase inicial, o foco será na monetização de dados de contratos de crédito consignado. Rodrigo Assumpção informou que os cidadãos poderão autorizar o uso desses dados para monetização. Seja para complementar sua renda ou investir em uma “poupança de dados”.

Contudo, no futuro, existe a possibilidade de expansão do alcance do projeto. Isso deve ser realizado por meio de parcerias com instituições financeiras. Além disso, a ampliação do acesso a outros bancos de dados deve beneficiar um número maior de pessoas.

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Além disso, Assumpção ressaltou que a adesão ao piloto não exigirá a instalação de aplicativos específicos. O Governo brasileiro utilizará os aplicativos que já existem, como o da Previdência. Dessa forma, incluindo e a funcionalidade para que os usuários autorizem ou não o uso dos dados.

Portanto, os usuários terão controle sobre quais dados estão dispostos a compartilhar e com quais empresas. Com a flexibilidade de participar ou deixar o projeto a qualquer momento.

Cidadãos terão controle total dos dados

Brittany Kaiser e Gustavo Franco destacaram o valor dos dados para as grandes corporações. Além de salientar a necessidade de os cidadãos decidirem como, quando e por quem seus dados serão usados.

Além disso, Franco afirmou que o projeto é inovador por integrar o uso de dados ao sistema financeiro. Criando, assim, um mercado com preço definido para unidades de dados. Dessa forma, formatando uma nova classe de ativos.

Essa iniciativa do Governo brasileiro em monetizar dados pessoais sinaliza um passo à frente na economia digital. Porém, parece estar em aparente contradição com a proibição da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

Recentemente, a agência proibiu o projeto World (Worldcoin) de remunerar usuários com a criptomoeda Worldcoin pela coleta de íris.

A ANPD justificou o veto alegando que a contraprestação financeira pela coleta de dado pessoal sensível ainda, caracteriza um grande problema.