O empresário Eike Batista participou recentemente de uma conversa no podcast Café com Ferri. Na ocasião, o empresário sugeriu que as criptomoedas não possuem valor, devido a falta de um lastro.
No entanto, ele apontou a utilidade da tecnologia blockchain, citando a tokenização de ativos financeiros. Ao ser perguntado sobre o mercado de criptomoedas, Eike foi enfático ao apontar que não gosta da classe de ativos como investimento:
“Nada que não tem lastro vale alguma coisa. Tá maluco? O que vale é o blockchain que tá por trás né, para você tokenizar as coisas. A tecnologia que dá segurança. Mas como reserva de valor? Tenha santa paciência!”
No entanto, a fala de Eike é contraditória, visto que as criptomoedas descentralizadas fazem parte integral de redes como o Bitcoin e o Ethereum. Dessa forma, tecnologias como a tokenização de ativos só podem existir em redes descentralizadas por meio dos criptoativos.
A tokenização consiste em registrar algum ativo financeiro, bem ou propriedade em uma rede blockchain. Atualmente, o Ethereum é a principal plataforma para tokenização de ativos. Dezenas de bilhões em stablecoins e outros ativos estão registrados no protocolo.
Para utilizar ativos tokenizados em blockchains como Ethereum e Tron, é necessário possuir o criptoativo nativo. Na prática, o preço destes criptoativos tende a ser maior quanto maior for a utilidade destas redes.
A ideia de que criptomoedas não possuem lastro pode ser contraditória. De fato, não há nenhum outro ativo financeiro que seja utilizado para garantir o valor de moedas como Bitcoin ou Ether. No entanto, isto não significa que elas não possuam utilidade ou demanda real de mercado.
Neste conceito, o ouro e outros ativos também não possuem “lastro”, mas ainda assim possuem utilidade. No entanto, ainda assim existem criptoativos lastreados em ouro, prata, moedas de governo e outros. Tudo isso é possível através da tecnologia blockchain.