Dinheiro esquecido: você pode ter criptomoedas sem saber

Já imaginou ter um dinheiro esquecido? Este cenário é relativamente comum no mercado de criptomoedas por conta de um evento conhecido como hard fork. Descubra como você pode recuperar moedas esquecidas de suas carteiras.

O que é um hard fork?

Um hard fork é uma mudança nas regras de uma criptomoeda que provocam a divisão da rede. Imagine, por exemplo, que parte do ecossistema de um criptoativo apoia uma determinada mudança, mas a outra parte não.

Caso as partes interessadas não cheguem a um acordo, é provável que ocorra um hard fork, que pode ser traduzido como uma mudança dura. Esta mudança provoca uma divisão da blockchain em um determinado bloco, como apresentado na imagem abaixo:

Na prática, a rede é duplicada. Portanto, quem possuía moedas na rede original passará a ter também na rede bifurcada.

Não necessariamente uma mudança em um protocolo deve provocar uma divisão do ecossistema. Isso ocorrerá apenas se uma parcela da rede se opor à mudança. 

O Ethereum, por exemplo, é uma rede que já passou por vários forks nos últimos anos, mas outra moeda não é criada quando o protocolo é atualizado.

Forks do Bitcoin

O Bitcoin é a principal criptomoeda do mercado, e a blockchain já passou por vários forks que provocaram a criação de novas moedas. O principal fork do Bitcoin é o Bitcoin Cash (BCH), que foi bifurcado em 2017 após os principais desenvolvedores se recusarem a seguir a visão original para aumentar o tamanho do bloco.

A rede Bitcoin Cash seguiu a visão de Satoshi Nakamoto para permitir que o Bitcoin on-chain pudesse ser utilizado como dinheiro com baixas taxas de transação.

O BCH, no entanto, possui hoje uma fração mínima do valor do Bitcoin, mas permanece no top 50 do mercado de criptomoedas.

Você pode ver uma lista dos principais hard forks do Bitcoin clicando aqui.

Forks do Ethereum

O Ethereum é a segunda maior rede blockchain do mercado. A rede atual do Ethereum é na verdade proveniente de um fork que ocorreu em 2016 para retroceder o hack do The Dao que ocorreu no mesmo ano.

Como consequência, a blockchain foi retrocedida, prejudicando algumas pessoas que teriam movimentado seus ativos, porém ajudando as vítimas do hack. Então foi criado o Ethereum Classic (ETC), que segue a blockchain original.

O ETC, assim como o Bitcoin Cash, possui uma fração mínima do valor do ETH.

Você pode observar os principais forks do setor e seus cronogramas no Coin Events e em outros sites que cobrem o mercado.

Forks do Monero

O Monero (XMR) talvez seja o maior exemplo de como um hard fork pode dar certo. Até 2014, a rede se chamava Bitmonero, ou Bitmon, mas acabou se dividindo devido a divergência de visões da comunidade.

Hoje o monero é de longe a principal criptomoeda focada em privacidade, visto que não é possível verificar publicamente o histórico de transações e saldo dos endereços.

Como recuperar as moedas duplicadas?

As principais corretoras do mercado dão suporte para os principais hard forks, como foi o caso do Bitcoin Cash. Então automaticamente você passa a ter ambos ativos em sua conta.

Caso seus ativos estejam em auto-custódia, as chaves privadas que são utilizadas para acessar a rede principal também servem para a rede bifurcada. Dessa forma, basta escanear as chaves em uma carteira que possua suporte ao fork para poder movimentar os ativos.

Leia mais: Paper Wallet (Carteira de Papel) – O que é e como gerar?