Ethereum 
maio 20, 2025 
5 min. 
O Ethereum hoje pode estar à beira de uma revolução na forma como seus usuários interagem com a rede. Vitalik Buterin, cofundador da plataforma, propõe um novo modelo que promete tornar a execução de nós mais fácil e barata para todos. Essa iniciativa visa garantir a descentralização, a resistência à censura e a privacidade para um número muito maior de pessoas, superando os desafios atuais de custo e complexidade.
Desafio dos nós completos do Ethereum
A execução de um nó completo no Ethereum hoje é essencial para a saúde da rede, pois permite que o usuário valide transações, mantenha a segurança e tenha um servidor local para ler a cadeia de forma descentralizada e resistente à censura.
No entanto, rodar um nó completo atualmente exige o armazenamento de mais de 1,3 terabytes de dados, segundo informações da Etherscan.
Esse volume massivo de dados torna a prática inviável para a maioria das pessoas, que não possuem hardware robusto ou acesso a recursos em nuvem, devido aos custos elevados. Buterin aponta que o ‘overhead é impraticavelmente alto e, mesmo com muitas melhorias de eficiência, é provável que continue caro’.
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A solução de Buterin: prioridade local e dados distribuídos
A nova proposta de Vitalik Buterin introduz um modelo inovador com prioridade local. A ideia é simples: permitir que os nós sigam apenas o que é relevante para o usuário, em vez de rastrear e armazenar todo o estado global do Ethereum.
Assim, em vez de guardar todos os dados da blockchain, os nós manteriam apenas as partes de que precisam. Enquanto dados históricos com mais de 36 dias seriam distribuídos entre vários nós para armazenamento compartilhado.
Ryan Yoon, analista sênior da Tiger Research, compara isso a um sistema de bibliotecas:
‘Você não precisa de todos os livros na sua filial local se puder solicitá-los a outras bibliotecas quando necessário.’
Descentralização, segurança e liberdade
Essa proposta visa fortalecer a descentralização do Ethereum. Buterin alerta que depender de apenas alguns provedores dominantes cria um risco de censura. Pois essas entidades sofreriam ‘forte pressão para desativar plataformas ou censurar usuários’.
Por isso, ‘há valor em continuar garantindo maior facilidade para rodar um nó pessoal’, segundo o cofundador.
O objetivo é criar um sistema onde a segurança e a liberdade do usuário sejam prioridades, evitando uma vigilância ‘nível 1984’ que alguns veem em outras blockchains.
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Portanto, a proposta se encaixa no roteiro mais amplo do Ethereum, que agora é traçado com a primeira fase do upgrade Pectra. Considerado a atualização mais ambiciosa do sistema até agora.
Roadmap e os desafios à frente
Embora a proposta de Buterin pareça uma ‘lufada de ar fresco’, como descreveu Michael Cameron, cofundador da Vanilla Finance, ainda existem desafios para sua plena realização. Seriam necessários ‘mecanismos sólidos para seleção de subconjuntos de estado e opções alternativas, o que pode adicionar complexidade’, segundo Cameron.
Além disso, a distribuição de armazenamento só teria sucesso ‘se nós suficientes participarem para garantir a disponibilidade dos dados’. A proposta visa tornar nós totalmente verificados operáveis em ‘hardware comum de consumidor’, como celulares, embora Buterin admita que isso possa levar uma década ou mais.
Yoon, da Tiger Research, ressalta que aumentar o número de nós e distribuí-los geograficamente ‘ajudaria a rede a escapar dos riscos de centralização’, mas exige ‘uma avaliação minuciosa’. Apesar das dificuldades, a comunidade considera essa uma ‘batalha que vale a pena lutar’ para garantir a autonomia e a saúde do Ethereum hoje.
