O Ethereum (ETH) reconquistou o apetite dos investidores institucionais e dos traders de derivativos. Análises recentes mostram que ele supera o Bitcoin (BTC) em diversas métricas de interesse e valorização. Essa reviravolta é impulsionada por entradas recordes em ETFs, uma volatilidade crescente e sinais positivos no cenário regulatório. Conforme analistas, a forte demanda por ETFs de Ethereum, as expectativas elevadas de volatilidade e um cenário regulatório mais amigável contribuíram para o rali da segunda maior criptomoeda do mundo.
O ETH, assim, atingiu seu maior nível em quase quatro meses, chamando a atenção de todo o mercado.
Otimismo institucional impulsiona o Ethereum
Os ETFs à vista de Ethereum registraram na última terça-feira (10) o melhor desempenho diário em quatro meses, com entradas líquidas de US$ 125 milhões, segundo dados da CoinGlass.
O grande destaque ficou com o iShares Ethereum Trust ETF (ETHA), da BlackRock. O ETHA respondeu sozinho por US$ 80 milhões desse total. Portanto, esse movimento coincide com a valorização de 4,8% do ETH. Ultrapassando, assim, os US$ 2.850 pela primeira vez desde fevereiro — um nível de preço que não se via desde os tarifaços de Trump. Enquanto isso, o Bitcoin apresentou um avanço modesto de apenas 1% no mesmo período, mostrando que o Ethereum ganha terreno.
Analistas apontam que o renovado otimismo em torno do Ethereum recebeu impulso por falas do presidente da SEC, Paul Atkins. Ele demonstrou abertura regulatória ao setor de finanças descentralizadas (DeFi), trazendo mais segurança aos investidores.
Além disso, Vitalik Buterin, cofundador da Ethereum, previu um salto de 10 vezes na capacidade de transações da rede principal nos próximos 12 meses. Essa projeção ambiciosa também contribuiu para a retomada da confiança no ativo. Com maior volatilidade do que o Bitcoin, o Ethereum agora atrai traders que buscam movimentos mais expressivos. Isso faz dele uma opção mais dinâmica para quem busca ganhos rápidos, e por isso, muitos agora direcionam seu capital para o ETH.
ETH conquista mercados de derivativos e fatores estruturais
Nos mercados de opções e futuros, o Ethereum também superou o Bitcoin. A volatilidade implícita anualizada de 30 dias do ETH saltou para 34% acima do BTC. O maior spread desde a falência da FTX em novembro de 2022, de acordo com dados da Volmex via TradingView. Segundo a Block Scholes, os mercados de opções de ETH dispararam. Com a inclinação de chamada de 30 dias atingindo 6,24% e as taxas de financiamento chegando a 0,009%.
Enquanto isso, a estrutura a termo da volatilidade inverteu mais uma vez — uma indicação clara de que os traders preparam-se para oscilações intensas de preço. Além disso, eles estão dispostos a pagar caro por posições otimistas.
Na Deribit, principal corretora de opções cripto, as opções de compra de ETH com vencimento em março de 2027 negociam com prêmios entre 2% e 3% em relação às opções de venda. Este valor supera os prêmios de 0,5% a 1,5% registrados nas opções de Bitcoin, segundo a Amberdata. Além da demanda no curto prazo, o Ethereum beneficia-se de fatores estruturais. A empresa de trading QCP Capital, com sede em Singapura, destacou que os ventos macroeconômicos alinham-se a favor do ETH. Entre eles estão o avanço da Lei GENIUS no Senado dos EUA, que busca modernizar o enquadramento legal das criptomoedas, e as novas discussões sobre o IPO da Circle, emissora da stablecoin USDC.
‘Isso sinaliza uma confiança renovada no rali das criptomoedas, especialmente entre os grandes players’, avaliou Valentin Fournier, da BRN. Ele destacou que os ETFs de Ethereum já atraíram mais de US$ 745 milhões em 11 dias de alta — quase o dobro dos aportes dos ETFs de Bitcoin no mesmo período.