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junho 11, 2023 
3 min. 
O gestor de fundos Ray Dalio afirmou que os EUA já estão nos estágios finais de uma crise de dívida e prevê que o governo terá dificuldade em buscar compradores suficientes para seus títulos de dívida recém-emitidos.
Em uma nova entrevista à Bloomberg, Dalio disse que uma das razões pelas quais poderia haver uma escassez de compradores de dívida dos EUA decorre do fato de que os investidores institucionais que compraram títulos do tesouro há alguns anos foram prejudicados pelos rápidos aumentos das taxas de juros.
Quando as taxas de juros sobem, o valor dos títulos mais antigos que oferecem rendimentos mais baixos diminui à medida que o governo emite novos títulos que pagam juros mais altos.
Dalio também mencionou que alguns países têm medo de acumular a dívida do país depois de ver como os EUA e seus aliados congelaram cerca de US$ 300 bilhões em ativos russos desde o início da guerra na Ucrânia.
“Estamos no início de uma clássica crise de dívida do final do grande ciclo, quando a lacuna entre oferta e demanda – quando você está produzindo muita dívida e também tem escassez de compradores.
O que está acontecendo agora é que temos que vender toda essa dívida, mas você tem compradores suficientes? Há mudanças agora em termos das quantidades que estão sendo mantidas por grandes investidores ao redor do mundo que perderam dinheiro nesses títulos do tesouro e assim por diante.
E depois há mudanças geopolíticas, que estão surtindo efeito. Alguns países estão preocupados com as sanções, e há essa mudança geopolítica.
Se continuarmos nesse caminho, em termos do que é provável nos próximos cinco e 10 anos, chegaremos a um ponto em que esse ato de equilíbrio se tornará muito difícil.”
Dalio destacou que o próximo passo de uma eventual crise de dívida seria uma recessão, provocada pelo aumento dos juros:
“As consequências disso serão uma economia mais fraca daqui para frente. Não precisa ser uma grande recessão. As coisas vão piorar na economia. Tem uma questão financeira, ao mesmo tempo que você tem esse conflito interno.”
