Luiz Mori, um ex-funcionário do Credit Suisse dos EUA utilizava o nome da avó de mais de 90 para fazer operações de day trade na Bolsa de Valores do Brasil.
Ele levou uma multa de meio milhão de reais (R$ 500.000) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), referente a operações realizadas na Bolsa no período de junho de 2012 a abril de 2014.
De acordo com a decisão da autarquia na terça-feira (22), devido ao emprego no banco, Mori teve acesso a informações privilegiadas, o que a CVM detalhou como:
“Vultosas ordens de grandes investidores internacionais atendidos pela Credit Suisse USA, que potencialmente poderiam afetar a cotação dos ativos a que se referiam, antes que fossem apregoadas no mercado de ações na bolsa de valores brasileira e, consequentemente, antes que fossem conhecidas pelos demais participantes do mercado.”
Com as informações em mãos, Mori então usava o nome da avó de mais de 90 anos na época dos fatos, para fazer day trade e lucrar com a variação da cotação do ativo decorrente da subsequente execução das vultuosas ordens das quais já tinha conhecimento, afirma a CVM.
“Restou evidenciado nos autos que M.H. [avó de Luiz Mori] não era a responsável pelos investimentos realizados a partir de duas contas de sua titularidade”, diz o voto da diretora da autarquia, Flávia Perlingeiro.
A CVM penalizou o ex-operador do Credit Suisse USA com multa de R$ 500.000 por prática não equitativa no mercado de valores mobiliários brasileiro.
Não agiu sozinho
Rafael Spinardi Marques e Catarsis Investimentos e Participações, fizeram parte do esquema orquestrado por Luiz Mori, segundo a autarquia, e também foram penalizados. Cada um levou uma multa de R$ 250.000.
Durante o processo, Spinardi assumiu a responsabilidade por todas as operações sob investigação, mas a CVM decidiu que as provas contradiziam suas alegações.
Também foi investigado Bruno Guisard, operador do Deutsche Bank, como possível informante de Mori. Contudo, Guisard foi absolvido por falta de provas.