BRICS muda entendimento e deve debater criptomoeda própria

BRICS

A geopolítica global ferve com a notícia de que o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) planeja diminuir a dependência do dólar. A imposição de tarifas alfandegárias recíprocas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, reacendeu com força a discussão sobre a criação de uma criptomoeda própria do bloco. A solução em blockchain deve ser o tema central dos debates na reunião de cúpula do BRICS, agendada para os dias 6 e 7 de julho de 2025, no Rio de Janeiro.

BRICS vão debater criptomoeda própria após tarifaço de Trump

A ideia de ressuscitar a proposta de uma criptomoeda do BRICS partiu do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março. A visão do presidente brasileiro é clara: aproveitar o poder da blockchain para reduzir drasticamente os custos das transações financeiras dentro do ecossistema do BRICS.

Dessa forma, sem necessariamente promover uma desdolarização radical da economia global. Essa iniciativa envolve não só os membros fundadores do grupo. Ela também conta com o apoio dos recém-chegados, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia. Ampliando, assim, o potencial de impacto da futura criptomoeda.

Na prática, a governança dessa nova criptomoeda ficaria a cargo do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do BRICS. A expectativa é que seja desenvolvida uma plataforma em blockchain que funcione como uma alternativa ao SWIFT. Atualmente, esse sistema é dominado por nações ocidentais.

Os debates em torno dessa criptomoeda do BRICS ganham ainda mais relevância diante da meta ambiciosa do grupo de diminuir em 30% a dependência do dólar. Substituindo-o, assim, gradualmente por moedas locais nas operações comerciais entre os países membros.

A informação foi revelada pela embaixadora Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, em entrevista ao site Brics-Br. Segundo a embaixadora, “o comércio em moeda local é algo que já vem ocorrendo”.

Ela citou o exemplo do Brasil e da China, ressaltando que “não há nenhuma barreira do ponto de vista brasileiro para que ocorra”. Embora a utilização de moedas locais ainda enfrente desafios relacionados aos custos.

Criptomoeda do bloco deve reduzir custos e dependência ao dólar

É nesse ponto que a blockchain surge como uma solução promissora. Oferecendo uma alternativa mais eficiente e econômica para as transações internacionais.

“É muito mais fácil você usar as principais moedas que têm mais liquidez no mercado. Então, é um objetivo do Brics ampliar a utilização de moedas locais naquilo que for reduzir custos e que for interessante para os países membros, que for positivo para importadores e exportadores. Esse é também um objetivo perseguido pelo Novo Banco de Desenvolvimento, que tem o objetivo na sua estratégia de ter até 30% do seu financiamento em moedas locais. É algo que já vem ocorrendo e se amplia gradualmente”, explicou Tatiana Rosito.

A embaixadora também destacou que a iniciativa conta com o respaldo do Acordo de Reserva Contingente (ACR). Um instrumento complementar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que serve como um mecanismo de apoio financeiro entre os países do BRICS. Ele pode ser acionado em caso de dificuldades no balanço de pagamentos.

Contudo, apesar do entusiasmo atual, vale lembrar que a ideia de uma criptomoeda do BRICS chegou a ser descartada em fevereiro pelo embaixador Maurício Lyrio, o que demonstra a complexidade e a evolução constante das discussões dentro do bloco. Enquanto o preço do Bitcoin hoje se mantém na casa dos US$ 81.700, a ambição do BRICS de criar uma alternativa digital ao dólar ganha força no cenário geopolítico global.

Disclaimer
As informações contidas neste artigo são de caráter informativo e refletem a opinião do autor. Não constituem aconselhamento financeiro, jurídico ou de investimento. O mercado de criptomoedas é volátil e envolve riscos. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão.

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