Com a abertura de cadastro das chaves do PIX na última segunda-feira (05), bancos e fintechs estão eufóricos em uma disputa para fisgar clientes, oferecendo até R$ 1 milhão em prêmios.
O novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central será instantâneo, gratuito na maioria das vezes e funcionará 24 horas por dia, todos os dias.
O PIX promete dar um fim às operações de TED e DOC, que custam em média R$ 10,08 e funcionam apenas em dias úteis, das 10h às 17h.
Sua chegada deve resultar em uma perda de até 8% no faturamento dos bancos brasileiros, segundo a agência de classificação de risco Moody’s. Então, porque os bancos estão tão animados com o PIX?
O novo sistema é considerado por especialistas como o primeiro passo do BC no caminho para substituir o papel-moeda pelo Real Digital, mas este não é o motivo do esforço enfeitado de entusiasmo que as instituições financeiras estão apresentando.
O PIX permite cadastrar 5 chaves de acesso à sua conta, que serão usadas para receber e enviar dinheiro, são elas: CPF, CNPJ, número do telefone celular, número aleatório ou endereço de e-mail.
Acontece que a maioria dos brasileiros bancarizados tem conta em mais de uma instituição financeira, e agora essas empresas estão correndo para que seus clientes cadastrem com elas as suas chaves PIX.
Conforme apontou o portal A Gazeta, o Banco do Brasil admite a tática:
“O objetivo é fazer com que clientes cadastrem no BB as três chaves principais – CPF, telefone e e-mail”, revelou a instituição.
De acordo com Fernando Galdi, professor de finanças da Fucape e doutor em Ciências Contábeis, a iniciativa tem a ver com a restrição de uma chave estar atrelada a uma única conta.
“É uma tentativa de sair na frente e ter um volume maior de transações, uma vez que a tendência é que o cliente use mais o PIX onde ele cadastrou mais chaves simples, como celular e e-mail”, analisa.
Segundo Galdi, a chave alfanumérica, que o banco gera números e letras aleatoriamente, deve ser menos usada, pois é muito mais difícil de decorar.
O movimento é uma tentativa de fidelizar os clientes e atrair novos consumidores para ampliar os negócios.
O professor de finanças da Fucape diz ainda que o banco tradicional que não se reinventar, investindo pesado em tecnologia para atender aos desejos dos consumidores e com incentivos para manter os clientes “está fadado a sumir”.
“As pessoas querem bom atendimento, bons serviços e custos baixos”, ressalta.