Descubra o que é e como funciona o Polygon (MATIC), rede de segunda camada do Ethereum (ETH), e que já é um dos maiores criptoativos do mercado.
Polygon – O que é e como funciona?
A Polygon foi fundada em 2017 por três desenvolvedores com o objetivo de ser uma rede de segunda camada focada em escalar o Ethereum. Redes blockchain, apesar do seu enorme impacto para o mundo atualmente, não podem escalar de maneira completamente descentralizada.
O criador do Ethereum, Vitalik Buterin, descreve em vários textos que uma rede blockchain não pode ser rápida, com baixo custo e descentralizada ao mesmo tempo. Por conta disso, realizar uma transação em uma rede como o Ethereum pode custar muito caro.
Durante o mercado de alta de 2021, as taxas de transação do Ethereum ultrapassaram os US$ 30 dólares em várias ocasiões. Isso ocorre pois o número de transações em uma rede blockchain é limitada ao espaço do bloco.
A solução encontrada por desenvolvedores é o desenvolvimento de redes de segunda camada, como é o caso da Polygon (MATIC) no Ethereum e da Lightning Network (LN) no Bitcoin.
A Polygon opera de modo a agrupar as transações dos usuários, para posteriormente processá-las na blockchain principal. Dessa forma, a rede permite transações com custo inferior a 1 centavo.
É possível utilizar a Polygon também para usar os contratos inteligentes e aplicações descentralizadas do Ethereum. Por exemplo, é possível utilizar exchanges descentralizadas, como o Uniswap (UNI) de maneira muito mais rápida e com menor custo.
Desempenho da Polygon (MATIC)
O preço do MATIC, token nativo da Polygon, disparou no final de 2021, que foi marcado pelo início do mercado de alta do Bitcoin e das criptomoedas.
O token passou por uma absurda valorização de cerca de 270 vezes, saindo da faixa de US$ 0,01 para mais de US$ 2,7 durante o topo histórico. Esta expressiva valorização demonstra o potencial do mercado para trazer grandes retornos, apesar dos riscos e da volatilidade.
O MATIC caiu cerca de 75% desde o topo do mercado. Apesar da baixa, a queda foi menos expressiva do que a de outros criptoativos importantes, como Cardano (ADA).
A baixa da MATIC é comparável a do Bitcoin e do Ethereum, que também caíram cerca de 75%, algo que está demonstrando a resiliência do token.
Expectativa da Polygon (MATIC) para 2023
O mercado de criptomoedas tem observado um movimento cíclico desde a sua criação. Se a história continuar se repetindo, 2023 deve ser um ano de lateralização ou mesmo valorização para o setor, semelhante a 2014 e 2019.
Em específico, o desempenho do MATIC está diretamente ligado ao crescimento da demanda pela rede Ethereum. Quanto mais a rede for demandada para diferentes fins, mais as taxas da rede devem crescer, o que força o uso da Polygon.
Apostar no MATIC é uma forma de investir no crescimento do Ethereum indiretamente, visto que ambas redes estão intimamente ligadas. Por sua vez, o Ethereum tem se destacado na indústria blockchain devido ao crescente número de aplicações do protocolo.
Diferente do Bitcoin, o Ethereum busca ser uma rede com múltiplas funcionalidades. Por conta disto, muitos analistas estão confiantes de que a rede seguirá sendo líder de mercado na tokenização de ativos, criação de contratos inteligentes, aplicações descentralizadas, emissão de NFTs, registros de domínios e outros.
A Polygon ficou marcada em 2022 por conta da adoção de grandes instituições, como foi o caso da Meta, controladora do Facebook e Instagram. A empresa anunciou o uso da Polygon para a integração do Instagram com NFTs. Como resultado, o preço do token disparou logo após o anúncio.
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Sem a Polygon, o uso do Ethereum certamente estaria comprometido, visto que os custos de transações da rede tornariam o protocolo inutilizável para aplicações em larga escala do tipo.
Caso este cenário se concretize, a Polygon e seu token nativo certamente se beneficiarão ao longo do tempo. Por possuir uma capitalização menor, avaliada hoje em pouco mais de US$ 7 bilhões, o MATIC é certamente uma aposta mais assimétrica que o ETH, isto é, com maior potencial de risco x retorno.
Utilização para pagamentos
Segundo o analista Crypto Guy, as redes de segunda camada do Ethereum devem se beneficiar muito da atualização EIP-4844, programada para o ano de 2023. Segundo afirmado, esta atualização tem o potencial de tornar o Ethereum uma rede muito mais eficiente para realização de transações:
“Além disso, os desenvolvedores implementarão a proposta de melhoria do Ethereum, ou EIP-4844, no próximo verão. Para quem não conhece, o EIP 4844 aumentará a escalabilidade dos Layer-2s no Ethereum entre 10x e 100x. Dado que a maioria dos Layer-2 já processou milhares de TPS, esse aumento os colocará em pé de igualdade com a Visa.”
Ainda segundo Guy, as mudanças propostas para 2023 devem permitir que o Ethereum se torne de fato uma rede especializada em pagamentos, visto que as mudanças devem trazer maior escalabilidade para a rede:
“Minha quinta previsão cripto para 2023… é que os pagamentos cripto se tornarão mais comuns. Isso se deve novamente a uma combinação de front-ends melhores, clareza regulatória aumentando a liquidez e, mais importante, um aumento na escalabilidade que finalmente torna os pagamentos cripto viáveis.”
Este movimento deve certamente beneficiar a Polygon, que é de longe a maior rede de camada 2 do Ethereum.
Polygon vale a pena?
Leve em consideração todos estes fatores antes de tomar uma decisão financeira. Não é possível prever com exatidão o preço de um criptoativo. No entanto, é importante realizar uma análise futura e traçar uma expectativa.
Do ponto de vista macro, 2023 provavelmente será um bom ano para acumular criptoativos valiosos, visto que o mercado já passou por uma dramática correção, com muitos ativos caindo mais de 80%.
O ano de 2022 não foi duro apenas com os criptoativos. As ações de muitas empresas estabelecidas também apresentaram um desempenho negativo. Ações de Amazon, Tesla e Netflix caíram mais de 50% desde o topo histórico e estão começando a se recuperar agora.
Parte deste movimento se deve às políticas macroeconômicas que entraram em vigor na maior parte do mundo no último ano.
Os bancos centrais de todo o mundo estão elevando as taxas de juros e parando a impressão de dinheiro, o que tende a beneficiar ativos de renda fixa, como títulos públicos, em detrimento de ativos de renda variável, como ações e criptoativos.
Como afirmam muitos analistas financeiros, o melhor momento para comprar um ativo é na baixa, pois é muito melhor comprar algo com desconto do que durante uma alta de preços.
Além disso, é importante ter visão de longo prazo ao investir em criptoativos, visto que o mercado é ainda bastante volátil. Por isso, tenha em mente um prazo de no mínimo 2 anos ao investir no setor.
Se a história continuar se repetindo, 2024 marcará o ano de mais um having, que tem sido o marco de todas as altas do Bitcoin e do mercado de criptomoedas.
Além disso, diversificar também tem sido uma estratégia vencedora. Não colocar “todos os ovos em uma mesma cesta” é um ditado importante para quem deseja se expor ao mercado de criptomoedas, especialmente quando se trata de altcoins.