A Securities and Exchange Commission (SEC), agência reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos, rejeitou hoje outro pedido para criação de um ETF de Bitcoin. Indo no sentido oposto, o Canadá aprovou mais um ETF de BTC no país de uma empresa americana.
A SEC negou o pedido da empresa de serviços financeiros WisdomTree, afirmando em uma carta que a instituição não atendia aos critérios “projetados para prevenir atos e práticas fraudulentas e manipuladoras” e “para proteger os investidores e o interesse público”.
Um ETF é um instrumento de investimento que permite aos investidores comprar títulos em uma bolsa de valores que rastreiam o preço de um ou mais ativos financeiros. Por exemplo, um ETF de tecnologia pode te permitir obter exposição a diversas empresas do setor.
Um ETF de Bitcoin permitiria aos investidores ganhar exposição ao Bitcoin sem ter que comprar a criptomoeda de uma bolsa e armazená-la em uma carteira, algo que os investidores ainda podem considerar complicado ou menos seguro.
Há uma demanda enorme por um ETF de Bitcoin entre os investidores institucionais do país. Isso pode ser observado pelo crescente interesse de grandes empresas de se proteger contra a inflação utilizando a criptomoeda.
Ademais, o sucesso dos ETFs de Bitcoin no seu vizinho, o Canadá, bem como o grande volume de negócios em fundos, como o Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), o maior fundo de bitcoin do mundo, mostra o interesse dos players do mercado no produto financeiro.
O Canadá aprovou recentemente um outro ETF de Bitcoin, veiculado pela Fidelity, uma das maiores empresas de serviços financeiros dos Estados Unidos, que precisou ir para outra legislação para atender a demanda de seus clientes.
Mais recentemente, a SEC aprovou a veiculação de ETFs de futuros de Bitcoin. Esses produtos permitem que os investidores comprem ações vinculadas a contratos que apostam no preço futuro do Bitcoin.
O mercado de futuros é regulado pela CFTC, ao contrário do mercado à vista, o que pode ajudar a explicar por que a SEC, chefiada por Gary Gensler, permitiu que os ETFs de Bitcoin futuros avançassem.
Os ETFs de futuros de Bitcoin foram recebidos com entusiasmo pelo mercado. O ETF de Estratégia de Bitcoin da ProShares negociou quase US$ 1 bilhão em ações em sua estreia, quando começou a ser negociado na Bolsa de Valores de Nova York em outubro.
WisdomTree, patrocinador e gestor de ativos de ETF com sede em Nova York, também solicitou à SEC um ETF de Ethereum, que rastrearia a segunda maior criptomoeda por valor de mercado.
Há uma longa lista de empresas esperando por uma resposta da SEC para seus ETFs de Bitcoin ou de outras criptomoedas. Porém, a SEC rejeitou todas as solicitações até o momento, incluindo de grandes bancos e instituições financeiras.
Curiosamente, o Brasil e o Chile foram, respectivamente, o segundo e terceiro país a aprovarem um ETF de Bitcoin em suas jurisdições, reforçando a força da adoção do Bitcoin na América Latina.
Leia mais: “É um acéfalo”, afirma presidente de El Salvador sobre inflação à Jerome Powell