A Turquia está passando por uma forte crise monetária, que tem aumentado a demanda por stablecoins atreladas ao dólar no país.
A demanda por USDT disparou no país após as eleições, quando a moeda nacional se desvalorizou cerca de 17% apenas no último mês. Desde 2008, a lira turca caiu cerca de 93% em relação ao dólar americano.
Stablecoins são criptoativos que rastreiam o preço de ativos com menor volatilidade, como dólar, euro ou mesmo metais como o ouro. As stables estão se tornando uma alternativa viável para populações que possuem moedas locais fracas, como é o caso de países como Turquia, Argentina e Venezuela.
Segundo Juan Blanco, diretor da consultoria local Bitdata, o Dólar Tether está desempenhando um papel importante para empresas venezuelanas, que utilizam o criptoativo como uma forma de contornar sanções internacionais e preservar o poder de compra da moeda nacional em colapso:
“Há coisas que estão sendo produzidas na Venezuela com grande valor e que são negociadas em USDT. O pouco que é exportado, devido à questão do bloqueio, sai do país pelo mecanismo livre e independente proporcionado pelo blockchain para pagamento de bens e serviços.”
O volume de negociações do USDT, principal stablecoin do mercado, atingiu 20% da Btcturk, principal exchange de criptoativos do país.
Como destaca relatório da Kaiko:
“É perceptível que, apesar dos volumes historicamente baixos, a demanda por stablecoins nos mercados turcos permaneceu robusta”.
Como consequência deste cenário, o preço do bitcoin em lira turca está próximo da sua máxima histórica, alcançada no final de 2021.