Um ex-funcionário da área de TI da pirâmide financeira Unick Forex revelou o endereço de uma das carteiras de Leidimar Lopes, líder do negócio que movimentou cerca de R$ 28 bilhões captados no Brasil.
Como mostrou o canal Verdades Que Chocam, no Youtube, a carteira que contém atualmente 1.564 Bitcoins (BTC) foi criada em 15 de outubro de 2019.
Isso aconteceu dois dias antes da deflagração da Operação Lamanai da Polícia Federal, que colocou 12 líderes da Unick na prisão.
A quantia equivale a R$ 61,7 milhões na cotação atual nesta quarta-feira (26), com a recente queda no mercado de criptomoedas.
Entre os dias 15 e 17 de outubro, a carteira recebeu 20 transações, sendo que 19 delas ocorreram entre 12:06 e 18:18 do dia 17, quando a PF prendeu Leidimar Lopes, por volta das 7 da manhã.
No entanto, a última e maior transação, de 1,488 BTCs, ocorreu 12 horas depois da prisão do principal líder da Unick.
Não se sabe quem fez as transações após a prisão de Leidimar, mas vale lembrar que Fernando Lusvarghi, diretor jurídico da empresa e dono da SA Capital, divulgada como garantidora do negócio, ficou mais de um mês foragido antes de se entregar à polícia em 22 de novembro de 2019.
Além disso, ainda em dezembro de 2019, foi divulgado que a PF descobriu um sócio oculto da Unick.
Trata-se de Fernando Baum Salomon, que teria contratado um serviço de espionagem clandestina que contava com hackers para obter informações sigilosas de interesse da empresa, o que pode ter possibilitado a ação adiantada da organização criminosa para esconder os criptoativos.
Nenhuma operação foi realizada na carteira depois do dia 17 de outubro; nenhum valor recebido ou enviado.
Segundo o canal, existem outras carteiras sob suspeita, que podem pertencer a Leidimar Lopes. “Elas estão sendo analisadas”, disse.
Cunhado de Leidimar sacou R$ 4 milhões após a prisão
Conforme reportou o Livecoins na segunda-feira, o mesmo ex-funcionário da área de Tecnologia da Informação (TI) da Unick divulgou que foram realizados quatro saques de R$ 1 milhão da conta de Leidimar Lopes na Full Bank para a conta de seu cunhado, Vagner Gonçalves de Oliveira.
As informações foram enviadas às autoridades, que informaram que os saques não poderiam ter sido feitos, o que configura crime de obstrução de justiça, previsto na lei 12.850/2013.