A Venezuela bloqueou o desembolso de fundos de US$18 milhões em dinheiro para os profissionais de saúde através da exchange peer-to-peer (P2P) AirTM.
O governo impediu a principal oposição, liderada por Juan Guaido, de distribuir US$18 milhões em dinheiro confiscado anteriormente pelos EUA do governo de Nicolas Maduro, conforme reportou o Bitcoin.com.
O dinheiro originalmente foi destinado a ser distribuído a 62.000 profissionais de saúde em todo o país a partir de segunda-feira.
Inicialmente seria distribuído através da exchange de criptomoeda AirTM, os trabalhadores receberiam US$300 em prestações iguais ao longo de três meses.
Os Estados Unidos contrataram o partido de oposição liderado por Juan Guaido para supervisionar a distribuição de fundos. Contudo, o governo bloqueou o acesso a exchange AirTM na Venezuela.
Após o bloqueio, em recente anúncio à imprensa, Guaido reconheceu os esforços contínuos da exchange de criptomoeda AirTM para disponibilizar o dinheiro aos beneficiários pretendidos.
O criador da empresa de análise de criptomoeda Useful Tulips, Matt Ahlborg, relatou os planos de Guaido no Twitter, e comentou sobre os planos de Juan de lançar dólares digitais resistentes à censura.
A AirTM opera como exchange de P2P na cidade do México, onde seus usuários, principalmente venezuelanos, se conectaram para trocar bolívares e bitcoins “por dólares digitais dos EUA durante anos”, segundo Matt.
A exchange está incentivando os cidadãos venezuelanos a contornar o bloqueio do governo acessando a plataforma através de VPNs.
“Como resultado dessa campanha de redistribuição, o governo Maduro na quinta-feira (20 de agosto) bloqueou o acesso ao AirTM de dentro da Venezuela. No entanto, com a mesma rapidez, ativistas venezuelanos estavam criando recursos educacionais sobre como acessar o AirTM, apesar do bloqueio”, declara Matt.
Os EUA não reconhecem o governo de Nicolas Maduro, após uma disputada eleição de 2018.
As criptomoedas têm um papel importante em ambas as extremidades do impasse diplomático, inicialmente assumindo a forma do Petro, que quebra as sanções de Maduro, e agora, a mais recente intervenção dos Estados Unidos por meio de uma empresa alinhada ao bitcoin.