Mesmo diante da crise acarretada pela pandemia do COVID-19, o número de transações de criptomoedas na América Latina não diminuiu – na verdade, só aumentou, mostra uma nova pesquisa da Chainanalysis.
De acordo com a empresa de análise de blockchain, a ineficácia de sistemas bancários são o principal catalisador da recente popularização e adoção dos criptoativos.
Desde março, o número de transferências de criptomoedas só aumentou, e a maior parte é com o Leste Asiático, com transações P2P valendo mais de US$ 1 bilhão.
O movimento difere do histórico de remessas em moeda fiduciária para a América Latina, que vem dos Estados Unidos, partindo de imigrantes que enviam quantias para ajudar suas famílias.
A pesquisa revelou que boa parte dos pagamentos em criptomoedas são de empresas latino-americanas que compram mercadorias de exportadores asiáticos para revender em casa.
De acordo com Luis Pomata, cofundador da bolsa de valores Cripex, com sede no Paraguai, as criptomoedas tornam mais fácil para as empresas contornar transferências eletrônicas caras e taxas de importação cobradas por bancos regionais.
A desbancarização também é uma forte questão que contribui para a popularidade das moedas digitais.
Segundo Sebastian Villanueva, gerente de operações chilenas na exchange Satoshi Tango, muitas pessoas que não possuem renda fixa na América Latina encontram dificuldades para solicitar uma conta bancária.
Outro ponto importante é o uso do Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas como reserva de valor. De acordo com o relatório:
“O volume de transações P2P em muitos países latino-americanos aumenta à medida que a moeda nativa se deprecia.”
Brasil lidera
Os dados mostram que o Brasil é, de longe, o país com o maior uso de criptomoedas em volume on-chain da América Latina.
Embora a Venezuela esteja em segundo lugar, o país é responsável pelo terceiro maior número de transferências do mundo nas plataformas P2P LocalBitcoin e Paxful.