Para Jordan Belfort, o famoso “Lobo de Wall Street” que inspirou o personagem de Leonardo DiCaprio no cinema, acreditar que o preço do Bitcoin (BTC) atingirá US$ 1 milhão é “coisa de gente com problema na cabeça”.
Na quarta-feira (30), Belfort esteve no Brasil para ensinar como vender qualquer coisa para qualquer um, em um treinamento de vendas em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde cada um dos 100 participantes teve que pagar R$ 6 mil para assistir à palestra.
Durante sua visita ao país, o ex-corretor da bolsa de valores de Nova York, hoje investidor, palestrante e autor de livros sobre estratégias motivacionais falou ao Valor Investe sobre sua relação com as criptomoedas.
O americano de 58 anos cuja história rendeu a Leonardo DiCaprio um globo de ouro de melhor ator em 2013, assim como na ficção, diz amar o dinheiro, mas alerta que, embora a ferramenta resolva muitas coisas na vida, não é garantia de felicidade:
“Já vi a falta de dinheiro destruir casamentos, criar doenças… Já fui rico e feliz, já fui rico e infeliz, já fui pobre e infeliz. Mas nunca na minha vida fui pobre e feliz! Então, para mim, dinheiro é uma coisa maravilhosa e bonita”, declarou.
Conto do milhão
Belfort, que hoje é novamente um milionário, após ter perdido tudo, como conta o filme de Scorsese, se mostra cético a respeito das criptomoedas, em especial, do Bitcoin:
“Nunca fui um grande fã das criptomoedas, embora goste da tecnologia da blockchain. Quando o bitcoin subiu a US$ 20 mil, eu avisava que coisas que sobem tão rápido não são boas reservas de valor”, disse, acrescentando que estava certo.
“Muita gente perdeu muito dinheiro acreditando que iria subir a US$ 1 milhão, o que pra mim sempre foi coisa de gente com problema na cabeça”, afirma.
Para o investidor, muitas pessoas fazem do criptoativo “uma péssima moeda”.
Ele diz conhecer e respeitar muita gente boa que está ganhando com o BTC, “mas essas pessoas estão felizes com valorização de 10%, não acreditam no conto do milhão”, afirma.
Cético
Sobre o futuro da criptomoeda criada por Satoshi Nakamoto, o lobo de Wall Street dispara:
“Hoje já não creio na possibilidade de uma falência total do bitcoin, mas ainda sou cético; esperaria mais três anos para ver qual será a reação dos governos quando isso crescer a ponto de incomodar.”
Blockchain é ferramenta de espionagem
Por fim, Belfort disse que o governo dos Estados Unidos só não tomou medidas ainda mais duras contra as criptomoedas por causa da blockchain.
O ex-corretor afirma que a tecnologia estaria permitindo que as agências de espionagem verifiquem “cada transação, todas elas”, concluiu.