Alexandre “Gaules”, maior streamer do Brasil atualmente e o mais assistido do mundo na Twitch em maio de 2020, revelou uma experiência decepcionante que passou com Bitcoin (BTC).
Durante uma transmissão ao vivo para mais de 30 mil pessoas na terça-feira (10), o jogador profissional de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) demonstrou insatisfação em uma transação realizada com a principal criptomoeda do mercado.
O streamer brasileiro contou que recebeu um pagamento em BTC e a experiência saiu totalmente diferente do que ele imaginava.
“Abri a carteira de Bitcoins e o dinheiro ficou travado lá.”
Gaules, que acumula quase 100 milhões de horas assistidas por seus seguidores na Twitch contou que recebeu “um pagamento de fora em Bitcoins”, e esperava que tudo corresse anonimamente.
“Sempre fiquei imaginando ‘fiz aqui a transação, vou receber em bitcoins, esquema safe’… Aí mano, abri lá a carteira, recebi os bitcoins e o dinheiro ficou travado”, declarou.
Frustrado, Gaules conta que recebeu um e-mail da corretora dizendo que, para liberar o pagamento, seria necessário que o streamer enviasse “todos os seus dados”.
“Aí eu falei: P*rra meu irmão, se eu quisesse liberar meus dados eu tinha pedido pro cara enviar pro banco”, contou o brasileiro, indignado com a situação.
Gaules conta que acabou enviando sua documentação para a corretora e conseguiu liberar seus criptoativos, mas a experiência lhe rendeu uma visão negativa sobre a moeda digital, pois ele esperava anonimato:
“Mesma coisa de ter vindo dinheiro normal”, declarou. “Achei que era mais anônimo, aparentemente as exchanges de Bitcoin têm todos os seus dados.”
Veja o trecho publicado pelo Livecoins no Youtube:
Impossível operar anonimamente com Bitcoin?
A decepção de Gaules não reflete todas as possibilidades de experiências com o Bitcoin. Investidores e entusiastas da criptomoeda que prezam pelo anonimato costumam evitar as corretoras.
Essas empresas, por lei, são obrigadas a implementar processos de Conheça Seu Cliente (KYC, na sigla em inglês) e Antilavagem de Dinheiro (AML), além de reportar todas as transações de seus usuários com criptomoedas à Receita Federal do Brasil, de acordo com a IN 1.888.
Por isso, e para evitar um intermediário entre as negociações, muitos investidores preferem manter seus criptoativos em carteiras próprias – onde os fundos estão unicamente sob seu controle e responsabilidade -, e realizar operações peer-to-peer (P2P).
Pessoas físicas ou jurídicas operando fora do radar não estão indo contra a lei se suas negociações totais estiverem abaixo de R$ 30 mil mensal, pois neste caso não são obrigadas a reportar à Receita, conforme contempla a IN 1.888.