O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, saiu em defesa de André Brandão e conseguiu evitar que o presidente da república, Jair Bolsonaro demitisse o atual chefe do Banco do Brasil.
O fato ocorreu nesta quinta-feira (14), conforme reportou o Valor Econômico. A atuação de Campos Neto foi acompanhada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes.
O presidente da República quis demitir Brandão após o anúncio do plano de organização administrativa apresentado pelo Banco do Brasil, que resultaria na demissão de 5.000 funcionários e fechamento de 361 unidades de atendimento do banco.
A instituição financeira é controlada pelo Governo Federal, que detém 59% de suas ações.
De acordo com o comunicado, o objetivo da mudança é dar ganhos de eficiência e otimização de atendimento no país e se adequar ao novo perfil e comportamento dos clientes.
Contudo, o plano de Brandão, que foi endossado por Guedes, não agradou nenhum pouco o presidente Bolsonaro, que considerou inapropriada a mudança.
As ações do Banco do Brasil passaram boa parte da manhã em queda, antes de começarem a subir no início da tarde, após a informação de que Campos Neto havia conseguido reverter, ao menos por agora, a demissão de André Brandão.
Ainda não se sabe se o atual mandatário do banco terá que rever o programa de enxugamento que pretende colocar o banco com foco na digitalização e em maior concorrência com outras instituições financeiras que já priorizam o atendimento digital.
A própria permanência de Brandão não está decidida ainda, visto que, para isso, ele pode ser obrigado a acolher indicações do Centrão para compor a diretoria.
O executivo foi indicado ao cargo de comando por Roberto Campos Neto.
Nos últimos 5 anos, o número de funcionários do Banco do Brasil caiu 8,5%, enquanto o número de agências viu uma redução de 19,7%.