O Presidente da República, Jair Bolsonaro, dá aval para Guedes sobre nova CPMF, diz que não haverá tributação, mas que o governo vai “ouvir o povo”.
Bolsonaro comentou neste domingo (02), que se “o povo não quiser”, não criará uma nova CPMF, conforme reportagem do Uol Economia.
O presidente deu aval ao ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre criar imposto sobre as transações digitais, inclusive sobre as criptomoedas.
“Eu falei para ele [Paulo Guedes], quando for apresentar a vocês, botar os dois lados da balança. Se o povo não quiser, não vou falar nem do Parlamento, porque nós e o Parlamento somos subordinados ao povo. Se o povo acha que não deve mexer, deixa como está”, disse Bolsonaro.
O presidente diz que não haverá aumento da carga tributária e uma possibilidade estudada pelo Ministério da Economia é a redução dos tributos que as empresas pagam sobre a folha de salário.
“Pode ser o imposto que você quiser, você tem que ver por outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir através de imposto de renda, se vai aumentar isenção, se vai exonerar folha de pagamento, se vai também acabar com o IPI [imposto sobre produtos industrializados]”, comentou o presidente.
Em julho, o governo enviou a primeira proposta de reforma tributária ao Congresso, com o objetivo de fundir o PIS/Confis em um único imposto, chamado CBS (contribuição sobre bens e serviços).
A reforma tributária proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, visa criar um novo imposto para as transações digitais, incluindo bitcoin.
A ideia de implementar um novo imposto tem causado muita controvérsia, e segundo o presidente do Sindifisco Nacional, Kleber Caral, ao somar os tributos estaduais e municipais, o Importo Sobre Valor Agregado (IVA) final chegaria a 35%, seria a maior tributação de consumo do mundo.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, comentou que um novo imposto “cria ambiente de negócios mais hostil”.
“A sociedade não tem boa vontade, com razão, com aumento de impostos. Nós tivemos aí durante um período, aumento da carga tributária em 9% das nossas riquezas, e isso não gerou um estado moderno. Pelo contrário, fez um estado mais caro, com menos produtividade, com ambiente de negócios mais hostil. Então aumento de impostos sempre gera uma rejeição por parte da sociedade”, afirma Maia.
Para o presidente da Câmara, a melhor solução seria esperar o Brasil crescer, pois assim “vai gerar emprego e vai aumentar arrecadação pelo lado positivo, sem aumentar imposto”.