De fato, a inflação é um tema complexo e de grande preocupação do mundo. Afinal, não é apenas o brasileiro quem sofre com ela.
Apesar de o Brasil enfrentar desde 2021 um dos piores quadros inflacionários da economia nas últimas décadas, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá também estão passando por níveis recordes de inflação.
De acordo com o CEO da BlackRock Inc, empresa com gestão de US$10 trilhões, Larry Fink, não devemos ter boas perspectivas. O empresário apontou que espera que o aumento de preço por bens e serviços continue elevado por vários anos.
Pontos que podem elevar a inflação
Fink acredita que o que vai impactar ainda mais esse cenário tenebroso é a situação das cadeias de fornecimento globais.
Em suma, o termo citado é o conjunto de atividades que envolve desde uma encomenda e recepção de matérias primas, até à obtenção de produtos, a sua distribuição e entrega ao consumidor final.
O CEO da maior empresa de ativos do mundo também vê como negativo para a economia global a guerra na Ucrânia.
A inflação na Alemanha atingiu seu nível mais alto em quase meio século em maio deste ano (2022). Isso porque o preço da energia e dos alimentos não param de subir desde o ataque da Rússia ao país vizinho.
Conforme observado por Fink, o confronto no país europeu criou mudanças que forçou empresas e governos a reconsiderar sua dependência de mercados estrangeiros. Dessa maneira, elas teriam que investir mais para aumentar suas capacidades localmente.
Durante a entrevista que concedeu para a Bloomberg Television, Fink apontou que prevê a continuação da volatilidade dos mercados. Além disso, enquanto estamos transitando para fontes de energia sustentável, a inflação permanecerá alta, segundo o executivo.
Novos investimentos?
Apesar do cenário, Fink não vê mudanças significativas no comportamento dos investidores da empresa.
“Vamos ter crises de medo que vão criar mais turbulência no mercado, mas não percebemos muitas mudanças na alocação de ativos por parte de nossos investidores”.
O que estamos vendo agora é um foco da companhia em ETFs. A gestora acredita que, apesar das condições macroeconômicas desafiadoras, a indústria global de títulos está pronta para alcançar a marca de US$2 trilhões ainda em 2023.
“Triplicar os ativos sob gestão será possível nesta década. Com US$5 trilhões em ativos sob gestão, a penetração dos ETFs de títulos representaria apenas cerca de 5% do total global no mercado de renda fixa, menos da metade da participação dos ETFs nas ações globais”, apontou o relatório da empresa divulgado pelo E-investidor.
No Brasil, por exemplo, a BlackRock fez parceria com a B3 (B3SA3) para disponibilizar para negociação ETFs iShares, que inclui produtos como 8 BDRs de ETF de Renda Fixa, compostos por dívida soberana e corporativa dos Estados Unidos.
Sem dúvidas, esse é um grande passo para o mercado de investimento no Brasil. Antes da parceria, os produtos estavam disponíveis apenas para o investidor qualificado. Ou seja, pessoa física ou jurídica com investimentos que excedam R$1 milhão.
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