Gigante japonesa do setor energético aproveita sobra de energia para minerar Bitcoin

Gigante japonesa do setor energético aproveita sobra de energia para minerar Bitcoin
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A Agile Energy X, subsidiária da Tokyo Electric (TEPCO), está investindo na utilização do excedente de energia renovável para a mineração de Bitcoin, a fim de evitar o desperdício de energia gerada por fontes renováveis em momentos de baixa demanda.

Kenji Tateiwa, presidente da Agile Energy X, lidera o projeto. Inspirado pelos problemas enfrentados em 2018, quando a Kyushu Electric Power precisou implementar um controle rigoroso da produção de energia para evitar o excesso de oferta, Tateiwa viu a oportunidade de usar a mineração de Bitcoin como solução para esse problema.

“Nosso trabalho é pioneiro no Japão. Se for bem-sucedido, poderá incentivar o uso de mais energia verde no país”, destacou Tateiwa.

O controle da saída de energia foi necessário devido ao desequilíbrio entre oferta e demanda, que pode comprometer a frequência elétrica e causar apagões. Durante picos de geração de energia solar, por exemplo, as empresas de energia precisaram reduzir ou interromper a produção de energia renovável, resultando no desperdício de uma capacidade valiosa.

Uma aposta de bilhões de dólares

A Agile Energy X foi fundada em 2022 e já está conduzindo testes em usinas solares nas províncias de Gunma e Tochigi, onde a mineração de Bitcoin ocorre durante momentos de excesso de geração de energia.

O Japão tem metas de alcançar a neutralidade de carbono até 2050, com a expectativa de que as energias renováveis representem entre 50% e 60% do fornecimento total de eletricidade. No entanto, fontes como a energia solar e eólica são intermitentes, o que resulta em períodos de produção excedente.

Simulações feitas pela Agile Energy X indicam que, se metade da energia do Japão vier de fontes renováveis, 240.000 gigawatts-hora seriam desperdiçados anualmente. Parte desse excedente poderia ser utilizada para minerar Bitcoin, gerando 360 bilhões de ienes (US$ 2,5 bilhões) por ano.

Nos Estados Unidos, o Texas já lidera iniciativas semelhantes, onde mineradoras de BTC utilizam energia renovável que, de outra forma, seria desperdiçada. O sucesso dessa abordagem fez com que os EUA se tornassem o líder mundial em mineração de Bitcoin.

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