A justiça brasileira quer que a Ethereum explique o que é a BWAcoin, criptomoeda da BWA Brasil, empresa que passa por um polêmico plano de recuperação judicial no país.
Conforme reportou o Livecoins nesta segunda-feira (05), a Justiça de São Paulo quer informações sobre os 2 bilhões de unidades de token do tipo ERC-20 criados pela empresa brasileira na rede da criptomoeda descentralizada Ethereum (ETH).
A BWA Brasil prometia rendimentos diários sobre supostas negociações com Bitcoin, mas interrompeu os pagamentos no fim de 2019. Recentemente, a empresa anunciou seu pedido de recuperação judicial, que foi aprovado mês passado.
Com isso, a BWAcoin foi criada com o objetivo de quitar as dívidas com os clientes da empresa, que promete listar a criptomoeda em exchanges ao redor do mundo em 2021.
A empresa que estaria com o dinheiro preso no Grupo Bitcoin Banco, diz também que o token será aceito em estabelecimentos e e-commerces.
Contudo, atualmente a criptomoeda não tem valor algum, semelhante ao Treep Token (TPK) criado pela Genbit com o mesmo objetivo de pagar os investidores lesados.
Justiça quer saber
Agora, a justiça brasileira pede que a Ethereum “disponibilize todas as informações acerca da moeda digital BWACOIN”, incluindo:
“Transações e valor de mercado, desde a sua criação até a presente data. Ainda, deverão ser prestadas todas e quaisquer informações que a referida empresa possui em relação às negociações tidas com a requerida.”
Fraudes na recuperação judicial
De olho no plano de recuperação da empresa, o Administrador Judicial no caso diz que a empresa estaria cometendo fraudes no processo que corre em sigilo de justiça.
Diante da situação, foi lançado um pedido da Justiça para bloquear os bens da BWA Brasil:
“Ante as alegações e os documentos juntados pelo Administrador Judicial, notadamente quanto aos indícios de fraude e suposta prática de crime falimentar, é o caso de concessão da medida cautelar de arresto, com vistas a garantir a efetividade do futuro provimento jurisdicional.”
Os sócios da empresa deverão ser monitorados pela Polícia Federal, e barcos, carros, aviões e criptomoedas da empresa passam a ser bloqueados.