Ícone do site Criptonizando

Município no RJ usa moeda digital para sobreviver à pandemia, ajudar famílias e impulsionar a economia

Em meio à pandemia do novo coronavírus que afeta a economia de todo o Brasil, um município no Rio de Janeiro (RJ), com 161.000 habitantes, usa uma moeda digital criada pela Prefeitura para resistir à crise, ajudar famílias e impulsionar o comércio local.

A ‘Mumbuca’ é um token aceito em mais de 3.000 estabelecimentos entre mercados e outros comércios  de Maricá, localizado a 60 quilômetros da capital do RJ. Cada unidade equivale a 1 Real.

A moeda é distribuída pela prefeitura através do programa Renda Básica da Cidadania (RBC) e mantém a economia local girando de forma saudável, apesar do cenário nacional que já levou mais de 700.000 negócios à falência desde o início da pandemia no Brasil, em março deste ano, segundo o IBGE.

A arrecadação de ICMS e ISS no município cresceu 15% em abril e maio, “no momento em que estávamos com a economia fechada e o resto do Estado do Rio registrava uma queda de 30% em média” no mesmo período, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Magnun Amado, aponta reportagem do El País, na qual a moeda foi destaque em publicação no domingo (19).

O programa é destinado para pessoas que vivem com renda familiar mensal de até três salários mínios (R$3.135 atualmente) e começou a ser implementado em 2013, transferindo 85 mumbucas para 14.000 famílias.

Envolvendo não só os mais pobres, como também uma parcela da classe média vulnerável a choques econômicos, o programa seguiu em constante evolução, e no final de 2019, o RBC passou a pagar 130 mumbucas a cada indivíduo de uma família, alcançando 42.000 maricaenses.

“Por mais que eu só possa comprar dentro da cidade, ajuda muito. Uso a mumbuca principalmente no supermercado e na farmácia, para comprar o básico. Com o dinheiro do trabalho pago as contas extras”, revela Luciana de Souza Nunes, de 38 anos, sobre o programa que custa R$ 62 milhões por ano.

Imagem; Cartaz em farmácia que aceita a moeda digital Mumbuca./Reprodução Prefeitura Maricá

Segundo a moradora do município, o RBC “faz com que a pessoa tenha uma condição de vida mais decente”, disse ao El País.

Já Sirlei de Oliveira, 48 anos, que trabalha vendendo comida congelada e quentinhas, afirma que embora as vendas tenham caído com a pandemia, a mumbuca “é o que permitiu que eu fizesse quarentena”.

“Saio para o mercado, para a farmácia, para a casa de minha mãe, e só. Se não fosse a mumbuca, seria difícil”, afirma a mãe de duas filhas que se inscreveu no programa de renda básica no ano passado.

Para participar é preciso estar no Cadastro Único do Governo Federal e ser residente no município governado por Fabiano Horta (PT) há no mínimo três anos.

Moeda digital em todo o Brasil

Embora a mumbuca funcione apenas em Maricá, uma moeda digital no Brasil pode se tornar realidade em breve.

Segundo Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), o PIX, sistema de pagamentos instantâneos recém-lançado no país, vai terminar em uma moeda digital.

Além disso, em outubro desse ano, o Brasil se reunirá com outros países que compõe o G20 para discutir o uso de uma criptomoeda nacional para substituir o Real.

Enquanto isso não acontece, conforme noticiado com exclusividade aqui no Criptonizando na semana passada, a Câmara dos Deputados encaminhou um Requerimento de Informação sobre o Criptoreal, moeda digital oficial do governo proposta pelo deputado federal Luizão Goularte.

O documento visa obter mais informações sobre o andamento do processo de substituição da moeda em espécie, entre outras questões como implementação e soluções para a privacidade dos usuários.

Receba artigos sobre Bitcoin e Criptomoedas no seu email

*Obrigatório
Sair da versão mobile