O debate entre defensores fervorosos do Bitcoin e do Ethereum acaba de ganhar mais um round acalorado. PlanB, o criador do famoso modelo Stock-to-Flow (S2F) para o Bitcoin, voltou a atacar o Ethereum com força total. Utilizando linguagem contundente, ele ressuscitou antigas críticas ao projeto. Para PlanB, o Ethereum é “centralizado e pré-minerado” e merece ser chamado de “shitcoin”. Dessa forma, o notório bitcoiner reacendeu a rivalidade entre as duas maiores criptomoedas do mercado.
Ethereum não passa de uma shitcoin, afirma PlanB
PlanB não poupou provocações. Ele repostou ironicamente uma publicação de Vitalik Buterin de junho de 2022. Na ocasião, o cofundador do Ethereum dizia que o modelo S2F “realmente não está parecendo bom agora”. PlanB respondeu à altura com uma nova postagem, afirmando:
“Ethereum realmente não está parecendo bom agora”, virando as palavras de Buterin contra o próprio projeto.
Em sua resposta à crítica de Buterin de anos atrás, PlanB reiterou suas principais objeções ao Ethereum. Ele alegou que o Ethereum e sua rede são centralizados e pré-minerados. Assim, apontando a transição da rede para o mecanismo de consenso Proof-of-Stake (PoS) e as mudanças em sua taxa de emissão como características prejudiciais. Além disso, PlanB disse mais, afirmando que, em sua visão, “merecem toda a zombaria que recebem”.
Contudo, PlanB aprofundou sua crítica à centralização em outra postagem no X. Ele afirmou que um nó completo do Ethereum exige nove terabytes de espaço em disco. Impedindo, portanto, de rodá-lo em seu hardware. Ele provavelmente se referia a um nó de arquivo do Ethereum, que, segundo dados do Etherscan, requer mais de 21,8 terabytes com o cliente Geth.
Embora um nó completo do Ethereum rodando com o mesmo cliente e configurações padrão exija menos espaço, o argumento de PlanB ressalta a dificuldade em rodar um nó completo em hardware comum. Por outro lado, um nós completo do Bitcoin exige menos de 700 gigabytes e muito menos poder de computação. Levando, afinal, a uma contagem de nós maior e, consequentemente, a uma maior descentralização da rede Bitcoin.
Tropa sai em defesa do ETH
No entanto, nem todos concordam com as críticas de PlanB. Jeremiah O’Connor, diretor de tecnologia e cofundador da empresa de segurança cibernética de criptomoedas Trugard, rebateu as afirmações. Alémd isso, ele classificou a postura de PlanB como “energia clássica de maximalista de Bitcoin — barulhenta, confiante e perdendo metade da imagem”.
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Assim, O’Connor explicou que Ethereum e Bitcoin servem a propósitos diferentes. Ele afirmou que “nós de Ethereum são maiores e mais complexos” porque o ETH “não é apenas ouro digital — é um computador global completo”.
“Claro que é mais pesado”, acrescentou.
O’Connor reconheceu que a dependência de usuários em provedores de dados centralizados como Infura é um problema. No entanto, alegou que todo ecossistema faz trade-offs de centralização e que os desenvolvedores de Ethereum trabalham ativamente para resolver a questão. Além de afirmar que o ecossistema “está evoluindo rápido”.
Além disso, ele vê o Bitcoin como um “armazenamento de valor sólido como uma rocha” e o Ethereum como “onde os construtores estão”, e afirmou que “ambos importam” e “complementam um ao outro”.
Vitalik Buterin é o ponto de falha do Ethereum?
PlanB também questionou a influência de Vitalik Buterin no desenvolvimento do Ethereum, chamando-o de “ponto único de falha”. No entanto, o codiretor executivo da Ethereum Foundation, Tomasz Stańczak, anunciou recentemente que Buterin está se afastando das operações do dia a dia para focar em pesquisas.
PlanB também levantou a questão da reversão de transações no Ethereum após o hack da DAO em 2016, afirmando que “o fato de isso ser possível deveria preocupar você”. Embora o CEO da Bybit, Ben Zhou, tenha sugerido uma reversão após o hack de US$ 1,4 bilhão da exchange, muitos na comunidade argumentaram que uma reversão agora, com o Ethereum sendo uma rede mais madura, seria quase impossível.
O Bitcoin também teve um incidente comparável em sua história inicial, com Satoshi Nakamoto e outros desenvolvedores lançando uma atualização que reverteu a rede após uma exploração em 2010. Outros pontos levantados por PlanB incluem a transição do Ethereum para PoS, que ele afirma ter consequências para o preço. Além das mudanças na emissão e governança que minam a proposta de valor do Ethereum em comparação com a oferta fixa e previsível do Bitcoin.