Depois dos rumores de que o Facebook abandonaria os planos de criação da criptomoeda Libra em meio à pressão regulatória, a Associação responsável pela stablecoin anunciou mudanças no projeto.
Para conquistar as autoridades regulatórias, a Associação Libra agora será vinculada a moedas nacionais individuais e supervisionada por autoridades globais, conforme comunicado nesta quinta-feira (16).
O token foi redesenhado, e o projeto poderá criar stablecoins lastreadas no dólar americano, euro, libra esterlina e dólar de Singapura, intituladas LibraUSD ou LibraEUR.
“Estamos mantendo a arquitetura de uma Libra de múltiplas moedas, mas fundamentalmente diferente e simplificada em relação ao plano original”, disse Christian Catalini, economista-chefe da Calibra, a carteira digital do Facebook que oferecerá a libra por meio dos aplicativos da rede social Messenger e WhatsApp.
Anunciada em junho de 2019, a Libra originalmente seria lastreada em diversas moedas e títulos de dívida governamental, mas a proposta gerou atrito e as autoridades governamentais passaram a temer o potencial da stablecoin de desestabilizar políticas monetárias, facilitar a lavagem de dinheiro e prejudicar a privacidade dos usuários.
Em resposta à criptomoeda do Facebook, bancos centrais trabalharam para acelerar a emissão de suas próprias moedas digitais (CBDCs). Atualmente, a China é o país mais próximo de lançar uma.
Com a reformulação do whitepaper da criptomoeda, a Associação Libra afirmou que os governos poderão fazer uma “integração direta” de qualquer futura CBDC em sua rede.
Uma das mudanças, é que agora as carteiras não hospedadas na rede estarão sujeitas a limites de saldo e transação.
A Associação Libra é um grupo sem fins lucrativos sediado em Zurique, na Suíça, que está encarregado de supervisionar o desenvolvimento do projeto Libra, assim como o de sua blockchain.
Desde sua criação, diversos membros largaram o projeto, como PayPal, Stripe, Visa e Mastercard, cujo CEO desta última explicou os motivos da saída.