A mineração é um dos aspectos mais fundamentais da rede Bitcoin (BTC), sendo responsável por trazer segurança para o protocolo enquanto cria consenso sobre o estado final das transações. Entenda como a Petrobrás e dezenas de usinas elétricas brasileiras estão desperdiçando bilhões em energia que poderia ser direcionada para a mineração do cripto-ativo.
Nos últimos anos, a mineração de Bitcoin se tornou amplamente institucional, com dezenas de empresas focadas apenas na atividade abrindo o seu capital em bolsa, como é o caso da Core Scientific, Riot Blockchain, Marathon Digital Holdings e outras.
Outro movimento institucional que chamou a atenção do mercado, foi a entrada de grandes produtoras de energia elétrica e companhias focadas na extração de petróleo e gás na mineração de Bitcoin. Este foi o caso da Exxon Mobil, da estatal russa Gazprom e de outras grandes empresas.
O que é a mineração de Bitcoin?
Através do gasto energético e computacional, os mineradores competem para encontrar a resolução do bloco contendo as transações adicionadas pelo minerador anterior. Quanto mais energia e poder computacional direcionado para o processo, mais segurança possui a rede e maiores são os custos de um eventual ataque.
Atualmente, estima-se que a rede Bitcoin consuma sozinha mais energia que toda a Argentina, recurso que é direcionado para proteger esta rede monetária que já acumula quase 1 trilhão de dólares em valor de mercado.
E, apesar do alto consumo energético, a absoluta maioria desses recursos é proveniente de energia que seria efetivamente desperdiçada, jogada fora. Isso ocorre devido aos incentivos intrínsecos da rede.
Por ser uma atividade altamente competitiva e por haver muita energia sendo desperdiçada no mundo, a mineração se torna uma alternativa para produtoras elétricas, que podem utilizar o excedente desse recurso para fortalecer a sua atividade.
Energia desperdiçada e Flare Gás
Vamos a dois exemplos de como a petroleiras e usinas de energia jogam centenas de bilhões de energia inutilizada fora todos os anos.
Quando uma empresa está à procura de petróleo e gás, é muito comum que ela encontre campos de produção de gás distantes demais para serem aproveitados. Por um lado, o petróleo pode ser armazenado e transportado para qualquer localidade. Contudo, para que o gás seja transportado, é necessário a construção de infraestrutura para encanar a comotie.
Caso não haja nenhum local próximo o suficiente que viabilize a construção da tubulação para transportar o gás, esse ativo será literalmente queimado na atmosfera, visto que não há nada de útil que possa ser feito com ele, sendo este o chamado flare gas.
O que muitas petroleiras estão fazendo agora, é utilizar este gás para a produção de energia elétrica local, que pode ser direcionada para uma fazenda de mineração de Bitcoin, semelhante a esta operação abaixo da empresa Crusoe Energy.
As usinas elétricas, independente da sua matriz energética, também desperdiçam centenas de bilhões todos os anos. Isso ocorre pois usinas sempre precisam produzir e operar com uma margem de segurança para que não haja queda de energia em picos de atividade da rede.
Por sua vez, o armazenamento de energia em larga escala em baterias é uma atividade na maioria das vezes economicamente cara e inviável. Neste sentido, o excedente da produção de energia pode ser direcionado para a mineração de bitcoin, trazendo mais uma fonte de renda para as usinas.
Quanto gera a mineração de Bitcoin?
Existem duas fontes de renda para a mineração de bitcoin. A primeira é o subsídio da rede, que atualmente é de 6,25 btc / bloco, que é minerado, em média, a cada 10 minutos. A outra recompensa são as taxas de transação pagas pelos usuários.
Atualmente, é comum que blocos sejam minerados totalizando em média 6,45 bitcoins a cada 10 minutos, o equivalente a cerca de US$ 15 bilhões de dólares por ano, nos preços atuais.
Contudo, é importante destacar que a lucratividade da mineração tende a crescer conforme o preço do bitcoin se aprecia, uma vez que seus ganhos estão diretamente ligados ao preço do cripto-ativo.
Dessa forma, é possível estimar que a atividade continuará a crescer exponencialmente conforme o bitcoin se aprecia nos mercados globais.
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