Após o caso viralizar na mídia, o trader Vinicius Ibraim, acusado de ter perdido R$ 30 milhões em uma operação na Bolsa de Valores do Brasil gravou um vídeo se manifestando pela primeira vez.
Na gravação de quase 3 minutos que foi veiculada em grupos de WhatsApp para explicar a situação, Ibraim admite ter sofrido prejuízo no dia 27 de outubro, operando ao vivo.
Contudo, o trader nega o valor alegado pelos investidores e diz ter perdido “em torno de R$ 700 mil”.
“Tô vindo pra vocês pra falar o que de fato aconteceu”, afirma.
Ibraim, que desapareceu das redes sociais logo após a operação classificada como “mal sucedida” pelo seu advogado, declarou:
“Quero deixar claro para todos meus clientes que no dia 27, quando houve a perda, de fato, eu me ausentei um pouco”, explicou trader entre gaguejos. “Eu fiquei quarta, quinta e sexta recolhido, pensando no que fazer. E quando retornei eu estava sofrendo ameaças e fiquei com medo pela minha vida e pela vida do meu filho”.
Em seguida, o trader diz ter criado um grupo para que todos os clientes possam se comunicar com ele.
“Você que é cliente e ainda não está no grupo, basta acessar o site, com login e senha e a primeira coisa que você vai ver é uma faixa vermelha na parte de cima do site, onde ao clicar você vai para o grupo do Telegram”, afirma Ibraim.
Trader promete devolver o dinheiro dos clientes
Ibraim alega estar fazendo pagamentos para os clientes desde terça-feira (03) e diz que pagará a todos, mas pede paciência.
“Pode ficar tranquilo, que vai receber sim, só peço paciência, pois eu sou uma pessoa só e demora um pouco para executar [o processo todo]”, afirma o trader.
Veja o vídeo:
Conteúdo publicado no Youtube pelo Portal do Bitcoin
Caso Vinicius Ibraim
Conforme noticiado aqui no Criptonizando, o influencer digital vendia cursos presenciais de day trade a R$ 5 mil, e criou um fundo no qual investidores aplicavam valores sob a promessa de lucro fixo de pelo menos 2% ao mês.
O “Fundo de Investimentos Vinicius Ibraim”, no entanto, não conta com registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sequer possui CNPJ.
Além disso, o trader estava inadimplente na Bolsa de Valores desde o dia 6 de outubro, 21 dias antes da operação que gerou prejuízo e o levou a sumir das redes sociais, veja a matéria completa.
Pirâmide financeira?
De acordo com o advogado Artêmio Picanço, especialista em mercado financeiro, “a situação mostra indícios de pirâmide financeira, já que houve sumiço do responsável pelas operações”, algo comum nesses casos, disse ao Suno Research.
“É extremamente usual em casos de golpes financeiros a promessa de rendimentos fixos vultosos, incompatíveis com o mercado financeiro e, principalmente, em uma situação de renda variável”, afirma, ressaltando que também é preciso verificar se existe autorização da CVM para funcionamento.