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Paulo Guedes quer acabar com o Farmácia Popular e diz que programa é “ineficiente”
Paulo Guedes quer acabar com o Farmácia Popular e diz que programa é “ineficiente”
Por Mirian Romão
O Ministro da Economia, Paulo Guedes, pretende acabar com o programa Farmácia Popular, pois diz ser “ineficiente”.
O ministro afirma que o programa é ineficiente na área econômica para contemplar todas as pessoas, independentemente da renda, conforme reportagem do Estadão.
Os mendicamentos oferecidos pela rede Farmácia Popular tratam hipertensão, diabetes, asma, doença de Parkinson, Glaucoma, entre outras.
Em 2019, o programa atendeu cerca de 21,3 milhões de pacientes, dos quais recebem medicamentos gratuitos ou com descontos de até 90%.
Os medicamentos são distribuídos através de farmácias credenciadas pelo Governo Federal, que recebem reembolso dos produtos comercializados.
No plano de Guedes, para alcançar um benefício médio de R$ 247 mensais ao Renda Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família, o ministro da Economia avalia extinguir o Farmácia Popular.
O programa criado em 2004, tem orçamento de R$2,5 bilhões para 2020, sendo que R$1,5 bilhão já foi pago.
De acordo com dados de fevereiro do Plano Nacional de Saúde, documento que orienta ações do ministério até 2023, estão credenciadas 31 mil farmácias, em 3.492 municípios (79% do total).
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogaria (Abrafarma) Sérgio Mena, diz que “o programa pode passar por ajuste, como distribuir medicamentos apenas para pacientes que tiveram consultas no SUS, mas não deve ser eliminado”.
Segundo Sérgio, quando não se cuida de diabetes e hipertensão, essas doenças dão origem a uma série de agravos e comorbidades que custam “muito mais caro ao Brasil”.
A rede de farmácias populares é essencial para diminuir os gastos da União com a saúde, porque controla especialmente doenças crônicas, segundo Telma Salles presidente da ProGenéricos.
O presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, comentou que acabar com o programa é “um tiro no pé”.
“O Ministério da saúde tem dois programas que são muito exitosos. Um é o programa de tratamento e prevenção do HIV/aids, reconhecido mundialmente. O outro é o Farmácia Popular”, afirma Mussolini.
O fim do programa pode trazer despesa à população mais pobre, já atingida pela pandemia do novo coronavírus, segundo a Conselheira nacional de saúde Debora Melecchi.
“A saúde tem de ser vista como um investimento, não como um custo ao governo”, declara Debora.
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