O economista e ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco, declarou que o bitcoin (BTC) não muda nada para o sistema financeiro.
Conforme reportou o Cointelegraph, o ex-presidente disse que as empresas que não se preocuparem com lavagem de dinheiro serão eliminadas.
Em uma live, promovida pela Exame, o ex-presidente do BC comentou que o que preocupa os reguladores mundiais no que se refere as criptomoedas, é a possibilidade de seu uso para lavagem de dinheiro.
“Parece que virou uma aventura libertária fazer comércio de coisas ilegais com pagamentos cujo trânsito é invisível. Veja, a gente está num ambiente em que a nota de R$ 200 já é um problema,” declara Gustavo Franco.
O economista continua dizendo “enfim, o pessoal ponhe (R$200) na cueca, e vamos ter 1 bitcoin valendo US$ 11 mil e isso não é problema para as autoridades preocupadas com lavagem de dinheiro, claro que é!”.
Para ele, o que preocupa os reguladores é o uso para atividades ilícitas uma vez que o bitcoin é um dinheiro que possa ser transacionado “sem fronteiras”.
Se o sistema em torno das criptomoedas não conseguir lidar com estas questões, em determinado momento, ele será penalizado, afirma o ex-presidente.
“E se o sistema de cripto não for capaz de lidar com lavagem de dinheiro, desculpe mas não vai rolar, nunca vai ter aceitação do mundo regulado e assim a coisa não vai crescer direito vai ficar sempre nessa coisinha ai meio alternativa torta”, destacou.
A discussão se o BTC serve como uma moeda, para Franco é uma discussão “estética” e sem qualquer importância.
“A discussão se o bitcoin serve ou não como moeda é uma discussão esteticamente interessante que pode nos ajudar a entender melhor conceitualmente o que é a coisa e o que a coisa acaba sendo que é diferente do que o que os criadores imaginaram que a coisa fosse ser e o que está acontecendo é diferente do que acredito eles imaginaram”, disse.
Franco deixou claro também que para os reguladores pouco importa quem é “Sakamoto”, em referência ao criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
“Tem muitas outras coisas no mundo das criptomoeda, quem é Sakamoto, onde está, uhhh, ok, toda a ideologia, estudo sociológicos sobre o bitcoin, dizendo que mais interessante que o Bitcoin como moeda é o Bitcoin como fenômeno social, libertário, cypherpunks, … uh, ok, para os bancos centrais isso, não tem importância”, declara o ex-presidente do BC.
Além de destacar que o BTC não foi feito para ser um instrumento especulativo, e tampouco para ser comercializado em exchanges, que acabam “lesando” seus usuários por falta de segurança.
Franco finaliza dizendo que tirando as questões ligadas a lavagem de dinheiro e criminalidade, as criptomoedas não “tiram o sono” dos reguladores.