Com a virada da década e a forte influência das criptomoedas no último ano em meio a crises econômicas, a Venezuela agora quer uma economia totalmente digital, enquanto Cuba faz mudanças em sua moeda.
Venezuela quer 100% digital
Depois de uma queda de 95,7% no valor do bolívar venezuelano frente ao dólar em 2020, o país comandado por Nicolás Maduro vislumbra crescimento através da digitalização de sua moeda.
Maduro disse em entrevista ao Telesur na última sexta-feira, 1°, que a Venezuela se prepara para uma “economia 100% digital” para se defender das sanções impostas pelos Estados Unidos.
“Eles têm uma guerra contra a nossa moeda física. Vamos avançar neste ano para termos uma economia profundamente digital. Estou lançando a meta de termos uma economia 100% digital”, disse Maduro.
Segundo o presidente do país latino-americano, o dinheiro físico vai desaparecer da Venezuela. O país já possui uma criptomoeda, Petro, que foi amplamente rejeitada apesar dos esforços de Maduro.
Durante três anos de hiperinflação, o bolívar venezuelano perdeu 99% de seu valor, forçando o país a emitir notas mais altas, como fez o Brasil, com a nota de 200 reais. Contudo, a estratégia fracassou.
No ano passado, a Venezuela anunciou a incorporação de carteiras de Bitcoin e Litecoin a sua Plataforma Nacional de Remessas, além de lançar uma bolsa de valores de finanças descentralizadas.
O país que ocupa o terceiro lugar na lista de nações com o maior uso de criptomoedas no mundo lançou em setembro um decreto determinando o controle do governo sobre a mineração de Bitcoin no país.
Cuba declara ‘Dia Zero’ na economia
Em meio aos esforços da Venezuela para sobreviver à crise, um de seus países parceiros, Cuba, também está em clima de mudanças, e declarou 1° de janeiro como “Dia Zero” do seu sistema monetário.
Entrou em vigor na sexta-feira, data que marca 62 anos do triunfo da revolução cubana, uma moeda única, o peso cubano, ao câmbio de US$ 1 = 24 pesos, iniciando uma série de reformas no sistema.
A medida segue a alta nos preços de alimentos, bens básicos e serviços, além do aumento de salários e pensões no país. Antes, além do peso cubano, circulava também o peso conversível cubano, equivalente a um dólar norte-americano.
Segundo analistas, as novidades que chegam durante uma crise econômica intensificada pela pandemia do COVID-19 e o endurecimento das sanções por parte do governo norte-americano são as mais significativas desde as reformas introduzidas na década de 1990 para aliviar a recessão após o colapso da União Soviética.
Assim como na Venezuela, em Cuba, a população também tem recorrido às criptomoedas.