O Banco Central (BC) do Brasil estuda a emissão de uma versão digital do Real, visando uma economia de até R$ 70 bilhões para o país e de olho no turismo.
Segundo Aristides Andrade Cavalcante Neto, chefe-adjunto do departamento de tecnologia da informação do BC, a emissão de uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC, na sigla em inglês), é a desmaterialização em meio digital do papel-moeda, noticiou o Valor Econômico.
A digitalização do dinheiro deve manter as características das moedas fiduciárias soberanas (reserva de valor, unidade de conta e emissão por autoridade monetária), afirma Cavalcante.
Atualmente, a emissão e distribuição do papel-moeda custa R$ 70 bilhões para a economia. Para evitar a continuação desse gasto, o Banco Central estuda lançar o Real Digital a partir de 2022.
“O estudo será submetido à análise da diretoria colegiada para que ela decida os próximos passos; o que não deve ocorrer antes de 2022”, afirma.
A CBDC deverá ser usada de forma complementar ao PIX – sistema de pagamento instantâneo da autoridade monetária que entrará em funcionamento no mês de novembro.
CBDC para turistas
O executivo ressalta que o Brasil não é o único estudando a importância sistêmica dos pagamentos digitais.
“Há jurisdições com oligopólios como na China, que operam WeChat e Alipay, ou na Suécia, mercado dominado por um consórcio de bancos”, declarou.
Mas enquanto a China busca derrubar a dominância do Dólar com sua CBDC, o Banco Central brasileiro não trabalha em substituir o dinheiro físico por moeda digital, conforme informou à Câmara dos Deputados anteriormente.
Segundo o chefe-adjunto do BC, o foco será facilitar a vida dos estrangeiros:
“No Brasil, a CBDC será um meio alternativo para o turista estrangeiro usar a moeda local sem precisar abrir um conta para acessar o Pix”, declarou.