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Bolha de ações de Eike Batista favoreceu grandes investidores

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Eike Batista. Foto: Lula Marques/AGPT

A recente bolha no preço das ações de empresas de Eike Batista beneficiou grandes acionistas da empresa de construção naval OSX.

Em outubro deste ano, dois acionistas se aproveitaram do boom nas ações da OSX e da mineradora MMX – que juntas chegaram a valorizar 1.000% até o dia 23 daquele mês -, e se desfizeram de suas participações.

Um deles, o fundo Florença Teórica, já foi gerido pelo presidente do conselho de administração da OSX, segundo publicação da Folha.

Bolha

A MMX começou o mês de outubro abaixo de R$ 2 e chegou a bater R$ 36 no dia 13 de outubro, numa disparada de 810% em apenas uma semana, antes de fechar o mês em R$ 11,43.

Enquanto isso, o preço das ações da OSX começou outubro em R$ 4,41 e atingiu o pico de R$ 21 também no dia 13, antes de fechar o mês em 12,10.

Ambos os papéis apresentam fortes oscilações na Bolsa de Valores, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para apurar a anomalia na valorização.

A iniciativa foi tomada após questionamentos da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), que acusa a movimentação atípica de se tratar de “bolhas, frutos de manipulação” que “certamente provocou ganhos ilegítimos e prejuízos a inúmeros investidores menos informados”.

Altos lucros

A OSX enviou um comunicado à CVM no dia 28 de outubro, informando que o fundo Florença Teórica vendeu todas as 214 mil ações que tinha da empresa, equivalentes a uma participação de 6,8%.

Com a valorização das ações, o fundo que já foi administrado por Rogério Alves de Freitas, que atualmente preside o conselho da OSX, teve uma rentabilidade de cerca de 400% no mês de outubro.

Freitas era sócio da corretora Teórica Investimentos até 2017.

Já o investidor Roberto Lombardi de Barros, outro sócio relevante da OSX, também movimentou grandes volumes de ações da empresa.

No pico das cotações, em 14 de outubro, Barros vendeu 114 mil ações. Com os preços mais baixos, ele então comprou 264 mil ações no dia 21, chegando a deter uma participação de 8,4% da companhia.

Prática não equitativa

Para Aurélio Valporto, presidente da Abradin, “há poucas dúvidas de que houve prática não equitativa”.

“O presidente do conselho da OSX vendeu absolutamente todas as ações que detinha através do fundo Teórica, é evidente que fez isso porque sabia que elas não valiam aquele preço, ao passo que os compradores, na maioria pequenos investidores recém chegados ao mercado criam que estavam baratas”, declarou.

Valport diz que, apesar dos indícios, não poder afirmar que houve manipulação de mercado ou uso de informação privilegiada, mas acrescenta:

“No mínimo aproveitaram a oportunidade para vender as ações para os menos informados.”

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