Ações de duas empresas do famoso empresário Eike Batista valorizaram juntas mais de 1.000% no mês de outubro até agora, resultando em um pedido de investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Associação Brasileira de Investidores (Abradin) protocolou o requerimento, dizendo à autarquia que a alta súbita das ações no dia 13 de outubro “certamente provocou ganhos ilegítimos e prejuízos a inúmeros investidores menos informados”.
Empresas dispararam na Bolsa
Na ocasião, a mineradora MMX disparou 810% em apenas uma semana, chegando a valer R$ 36, maior valor desde 2014.
Ontem (22), as ações da MMX terminaram o pregão com uma alta de 805% no mês de outubro até o momento, cotadas em R$ 16,11. No mês passado a MMX estava cotada em R$ 1,78.
Já os papéis da companhia de construção naval OSX registram uma alta de 240% em relação a setembro.
Ontem, as ações da OSX fecharam em R$ 15. Em sua máxima neste mês, no entanto, os papéis chegaram a R$ 21.
Segundo Aurélio Valporto, presidente da Abradin, a disparada nas ações das empresas de Eike Batista são “bolhas, frutos de manipulação” que ocorrem apenas “pela omissão dos reguladores, que não aplicam a legislação vigente”.
“As negociações com essas ações deveriam ter sido suspensas ainda no dia 13”, afirma o responsável pela associação, ressaltando que os papéis chegaram a cair 52% depois desse dia.
Valporto argumenta que o movimento nos papéis da MMX e OSX indica “efeito manada” (tendência humana de repetir as ações feitas por outras pessoas).
Segundo o presidente da Abradin, a CVM “deveria estudar a anulação de todas as operações ocorridas com ações da MMX e OSX desde o dia 13 de outubro”.
“Assim, seriam evitados ganhos e perdas ilegítimos e seria preservada a higidez do mercado”, afirma.
Alta chamou atenção da B3
Na ocasião da alta de 810% nas ações da MMX, a movimentação atípica chamou a atenção da Bolsa de Valores, que pediu explicações à companhia.
Em resposta, a MMX justificou que a alta seria relacionada a um comunicado divulgado pela empresa sobre a expectativa de recuperar na Justiça o direito à exploração de minério da mina Emma.