Enquanto a China acelera o desenvolvimento da versão digital de sua moeda oficial, o yuan, Chandler Guo, um dos principais pioneiros do Bitcoin (BTC), vê na iniciativa o potencial para que a moeda seja usada por todas as pessoas no mundo.
Guo começou a minerar BTC numa localidade secreta na China em 2014, quando seu equipamento de mineração era capaz de extrair 30% da produção mundial de Bitcoin.
O investidor, que hoje é um dos grandes nomes do mercado de criptomoedas, disse em entrevista à BBC News publicada na última sexta-feira (25):
“O yuan digital vai ser bem-sucedido porque existem vários chineses vivendo no exterior. Atualmente, 39 milhões de chineses vivem fora do seu país de origem”, aponta.
Segundo ele, se esses chineses tiverem alguma conexão com a China, eles usarão a moeda digital e as operações com a moeda digital devem chegar ao mundo todo.
“Essas pessoas têm a capacidade de transformar o yuan digital em uma moeda internacional”, declarou.
Diferente do Bitcoin, o yuan digital, ou Digital Currency Electronic Payment (DCEP) é uma moeda centralizada que será emitida pelo Banco Central (BC) da China, portanto, é classificada como CBDC.
China sente a pressão
De acordo com o analista Linghao Bao, a entidade monetária do país está sofrendo muita pressão para acelerar o desenvolvimento da versão digital do yuan.
O motivo, segundo o analista, é que o governo chinês não quer ver o projeto Libra, do Facebook, se transformar na moeda global.
Esse cenário é pior para eles do que o sistema financeiro atual, que é controlado pelos Estados Unidos”, afirma.
A moeda digital da China deve ser lançada ainda em 2020, e já está sendo testada desde o começo do ano em algumas cidades do país. Especialistas apontam que a China pretende tirar a soberania dos EUA.