O banco digital Nubank e a exchange de criptomoedas Coinbase, estão tentando explicar declarações racistas de seus fundadores.
O Nubank começou a semana com várias críticas nas redes sociais após a cofundadora da fintech brasileira, Cristina Junqueira, ter respondido a uma pergunta no programa Roda Viva, da TV Cultura, sobre o programa de capacitação do banco e iniciativas para fomentar oportunidades a todos em seu quadro de funcionários.
Em resposta, Junqueira alegou não reservar mais espaço para a diversidade, pois “não dá para nivelar por baixo”.
O comentário de Cristina causou polêmica. No Twitter, a hashtag #NubankRacista foi usada por vários de usuários.
A cofundadora publicou no blog da fintech um pedido de desculpas na tentativa de apagar as manchas do racismo na marca da empresa.
“Queria pedir desculpas, acho que não me expressei da melhor maneira. É superimportante a gente ter uma comunicação clara. Queria agradecer todo o feedback que está vindo, a repercussão que isso está tendo, porque todo mundo tem o que aprender”, declarou.
David Vélez, um dos fundadores do Nubank, publicou neste domingo (25), em seu LinkedIn, mais um pedido de desculpas em relação à posição da instituição sobre a questão racional comentada por Cristina.
Vélez disse que a “diversidade sempre foi um dos pilares (do banco)”, e admite: “falhamos ao não trabalhar ativamente para enfrentar o racismo estrutural”.
Com a polêmica ainda viva, neste domingo a fintech publicou uma carta assinada pelos seus cofundadores Cristina Junqueira, Edward Wible e David Vélez, reconhecendo o erro e prometendo “ouvir mais e agir mais”.
“Erramos. A diversidade étnico-racial é um desafio muito maior e mais complexo do que imaginávamos. […] O Brasil tem excelentes profissionais negros em diferentes carreiras. No Nubank, temos um enorme orgulho da nossa comunidade e pedimos desculpas aos Nubankers negros, ao movimento negro e aos grupos sub-representados por não termos feito mais”, diz a carta.
A declaração continua “o Nubank precisa ouvir para se transformar. Precisamos de muito mais ações concretas. Queremos aprender sobre raça para liderar nossos times nesta transformação. Como fundadores, nos comprometemos a ouvir mais e a agir mais”.
Coinbase
Conforme apontou o Cointelegraph, nas últimas semanas, uma das exchanges mais importantes do mundo, a Coinbase, também tenta explicar a declaração racista e polêmica política do CEO Brian Armstrong.
Armstrong publicou uma carta no site da empresa em setembro, durante os protestos contra o racismo e a violência policial dos EUA, cobrando uma postura “apolítica” de seus funcionários.
Com isso, a exchange perdeu 60 funcionários, cerca de 5% de seu total em resposta ao CEO por proibição de discurso político.
Em um áudio vazado, Armstrong alegou que a “maioria silenciosa” apoiou sua postura na empresa.
Contudo, o fundador da Cardano e da Ethereum, Charles Hoskinson, retrucou Armstrong e explicou que ele poderia até concordar com uma postura “apolítica” da empresa, mas isso não deveria importar para seus funcionários, que devem ser livres para serem o que quiserem.